Hoje é dia 6 de agosto, mais comumente lembrado como o dia em que foi lançada a primeira bomba atômica em Hiroshima, em 1945. Mas o dia 6 de agosto deste ano marca também o assassinato de possivelmente o líder político mais católico da história da América. Há 150 anos, em 1875, foi assassinado o presidente do Equador Gabriel García Moreno.
Gabriel García Moreno (1821–1875) serviu como presidente do Equador em dois períodos (1861–1865 e 1869–1875). Ele era muto devoto, profundamente religioso, ia à missa diariamente, destestava a maçonaria (ao contrário dos imperadores brasileiros) e tinha ojeriza do pensamento esquerdista liberal.
García Moreno acreditava que lojas maçônicas, particularmente de países vizinhos e supostamente apoiadas por interesses alemães, estavam tramando sua morte. Ele até escreveu ao Papa Pio IX em 1875, observando que "Lojas maçônicas... estão secretamente planejando meu assassinato". A Maçonaria, proibida no Equador desde 1869, opôs-se às suas políticas católicas, e algumas fontes sugerem que redes maçônicas internacionais, possivelmente financiadas pela Alemanha da era Kulturkampf ou por liberais peruanos, apoiaram o complô.
Moreno foi assassinado por emboscada, a golpes de facão e tiros de revólver, mas ficou vivo por alguns instantes a rezar.
Os assassinos: Faustino Rayo, tinha sido demitido de seu posto após denúncias de jesuítas sobre seus maus-tratos aos indígenas; Manuel Cornejo, era esquerdista liberal anti-religioso. Roberto Andrade também se dizia a favor da democracia contra a imposição das leis católicas; e Abelardo Moncayo foi um ex-jesuíta que teve conflitos pessoais ou ideológicos com as alianças jesuítas de García Moreno. O grupo, em grande parte de origem burguesa e militar, típica origem maçónica, agiu como uma pequena célula ideologicamente carregada dentro de uma conspiração maior.
Apenas Rayo e Cornejo sofreram as consequências do assassinato e foram mortos. O resto escapou sob proteção da elite liberal.
Gabriel García Moreno tornou o Equador um "Estado Católico" e o consagrou ao Sagrado Coração de Jesus em 1873, impôs leis morais, e convidou padres jesuítas a reformar a educação. Moreno também modernizou o Equador, construindo estradas, ferrovias, escolas, e aprimorando a administração pública. Ele fundou a Escola Politécnica e contratou cientistas europeus para modernizar a agricultura e a indústria.
Moreno era também ferrenho contra a corrupção.
A causa de canonização de García Moreno foi iniciada no século XX, com o apoio do clero equatoriano e de católicos conservadores. Seus apoiadores citam sua vida piedosa, a defesa da Igreja contra o secularismo liberal e seu assassinato por opositores como evidências de martírio.
Em 1939, a Arquidiocese de Quito abriu formalmente sua causa, concedendo-lhe o título de Servo de Deus. Essa etapa envolve a coleta de evidências de sua vida virtuosa e potenciais milagres. Mas o processo até hoje não avançou.
Rezemos por políticos católicos, realmente católicos, na vida familiar e na vida pública.
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