segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Sodomia, St Agostinho e Leão XIV (um Agostiniano)

St Agostinho deplorava ardentemente o pecado da sodomia. Mas Leão XIV, um agostiniano,  se aproxima do movimento LGBT, em diversas ações recentes,  como receber o gayzista James Martin, uma freira chamada Caram que apoia o gayzismo e o aborto, e a abertura do jubileu em Roma para o movimento LGBT.

O filósofo católico John Rist é uma das maiores autoridades do mundo sobre o pensamento de Santo Agostinho. Ele foi entrevistado pelo jornalista Edward Petin sobre o assunto. Rist não poupou palavras sobre como Agostinho condenaria o papa.

Traduzo abaixo a entrevista, que foi disponiblizada no Substack de Pentin.

Pergunta: Professor Rist, estamos há apenas quatro meses no pontificado de Leão XIV, mas, ainda assim, crescem as preocupações de que o Santo Padre não esteja abordando os problemas que vieram à tona durante o pontificado de Francisco, mas, em vez disso, possivelmente os ignorando ou mesmo encorajando em nome da "continuidade" e de uma espécie de "falso irenismo". Qual é a sua opinião sobre essas apreensões? Poderia isso se dever a uma relutância em confrontar o mal, ou talvez até mesmo a alguma abordagem nobre que desconhecemos?

Resposta: Durante o papado agora concluído de Jorge Bergoglio, o papa parecia estar negando muitos ensinamentos católicos, tanto em suas palavras ambíguas quanto em seus atos, em uma série de questões, principalmente no que diz respeito à moralidade sexual, onde ele até rejeitou o mandamento dominical [um mandamento dado diretamente por Cristo] sobre a impossibilidade de novo casamento após o divórcio enquanto o cônjuge estiver vivo.

Mas, como os atos de Bergoglio nunca foram contestados pelos bispos (exceto em pouquíssimos casos individuais), o problema permanece sem solução. Então, o que acontecerá com o bergoglianismo agora? Cabe a Prevost normalizar o bergoglianismo ou corrigi-lo? Se não for corrigido, é claro que persistirá, seja neste novo pontificado ou em algum pontificado posterior.

Pergunta: Considerando que a Igreja agora tem seu primeiro papa da Ordem de Santo Agostinho (OSA), que reconhece o santo do século V como seu pai, mestre e guia espiritual, que orientação Santo Agostinho deu aos líderes da Igreja em tal situação?

Bergoglio deixou um Colégio Cardinalício do qual cerca de dois terços eram seus próprios indicados, muitos deles seus fervorosos apoiadores, outros indiferentes. Era, portanto, provável que alguém aceitável para o bergogliano fosse eleito, mas até que ponto um verdadeiro bergogliano? Eventualmente, o Cardeal Robert Prevost, um agostiniano, foi eleito, portanto, vale a pena perguntar o que o próprio Agostinho pensaria de algumas das ações e omissões recentes de Prevost, especialmente na área da moral sexual, onde, ao que parece, o primeiro teste para o futuro do bergogliano está sendo estabelecido.

A maioria desses eventos recentes de apoio ao movimento LGBT  diz respeito à homossexualidade, mas um deles, uma audiência aparentemente amigável com uma A maioria desses eventos recentes diz respeito à homossexualidade, mas um deles, uma audiência aparentemente amigável com uma Irmã Dominicana Caram, teve um alcance mais amplo, visto que ela não só é uma forte defensora do "casamento" entre pessoas do mesmo sexo na Igreja Católica, mas também do aborto. E sabemos o que Agostinho pensaria de tais crenças: ele saberia que desde o início os cristãos condenaram o aborto sem reservas e ele teria concordado. Portanto, ele ficaria surpreso e até horrorizado ao ver um membro de uma Ordem Agostiniana — que cita amplamente os próprios escritos do Mestre — parecer tolerante com um comportamento tão totalmente anticatólico. Ele imediatamente se perguntaria por que Prevost não disse à Irmã desviante para mudar de opinião imediatamente se ela quisesse permanecer como Irmã Dominicana em boa posição.

Pergunta: Santo Agostinho foi claro sobre o pecado mortal da sodomia tanto nas Confissões quanto na Cidade de Deus, descrevendo-o na primeira como abominável, contra a natureza e merecedor de punição sempre e onde quer que tais atos sejam cometidos. Ele também afirmou que, se todas as nações praticassem a sodomia, todas seriam culpadas perante a lei de Deus. O que ele, portanto, teria feito da aparente tolerância de um papa agostiniano para com aqueles que promovem a normalização de tal comportamento?

Agostinho não tinha a mínima paciência para comportamento homossexual, por mais comum que fosse no mundo em que vivia. Ele condena o pecado de Sodoma repetidamente como uma abominação, então obviamente ficaria surpreso e enojado ao ver um agostiniano aparentemente tolerando, se não de fato aprovando, o pecado.

Pois foi precisamente isso que aconteceu. Além da Irmã Caram, o Papa recebeu em uma audiência bastante divulgada o Padre James Martin, o mais determinado de todos os jesuítas defensores da aprovação de atos homossexuais pela Igreja. Isso seria seguido por uma "Missa Gay" na Igreja Jesuíta do Gesù, em Roma, presidida pelo vice-presidente da Conferência Episcopal Italiana. Em seguida, cerca de 1.000 homossexuais atravessaram Roma em procissão até a Basílica de São Pedro, onde entraram pela Porta "Santa" com bandeiras LGBT hasteadas, slogans a favor da homossexualidade em plena exibição, com um homem segurando a mão de seu parceiro gay, vestindo uma camiseta estampada com "F*ck the Rules" — significando que a Igreja poderia prescindir de quaisquer regras morais e, certamente, de nenhuma condenando atos homossexuais.

Até onde posso ver, apenas um bispo tradicional condenou esse circo, enquanto a ideia servil tem sido aventada de que Prevost deveria acusar "o Vaticano" por permitir as mencionadas palhaçadas gays. Como o Vaticano é, na verdade, meramente uma criação do próprio Papa, é difícil não concluir que Prevost OSA aprovou todo esse circo gay. Dito isso, Agostinho certamente consideraria toda a equipe, incluindo o próprio Papa, com absoluto desprezo, dizendo — em voz alta — que eles haviam traído Cristo com suas ações.

Ele certamente também reconheceria que suas atitudes "progressistas" são frequentemente pouco mais do que uma folha de parreira que encobre um medo abjeto de impopularidade no mundo contemporâneo, especialmente entre as elites ocidentais que tanto desejam bajular. Ele poderia até pensar em uma observação de seu quase contemporâneo São Basílio, que, quando solicitado por um oficial romano a aprovar uma obra de perversidade, recusou-se a fazê-lo. Isso surpreendeu bastante o oficial, que então disse: "Basílio, não consigo entender isso; pedi a vários bispos que fizessem o que eu lhe pedi, e todos concordaram". Ao que Basílio respondeu: "Você ainda não conheceu um bispo de verdade".

Pergunta: Outro aspecto que foi apontado é que uma coisa é que esses incidentes ocorram, mas outra é que o Papa e o Vaticano se mantenham em silêncio sobre eles posteriormente. Não houve nenhuma palavra de correção pública ou afirmação da doutrina da Igreja desde que esses episódios ocorreram. Santo Agostinho tinha algo a dizer sobre os perigos de tal omissão?

Um Agostinho reencarnado certamente reconheceria essa falha abjeta de um papa agostiniano — principalmente um que cita regularmente seus próprios escritos — em condenar atos manifestamente em completo contraste com o ensinamento moral cristão tradicional, e acompanhados pelo servilismo (a palavra remonta ao bispo Josip Juraj Strossmayer, que no Vaticano I rejeitou fortemente a definição proposta de infalibilidade) dos bispos que parecem estar dispostos a tolerar quase tudo o que um papa diz ou faz.

Se Agostinho fosse questionado sobre o porquê de tudo isso ter acontecido, ele quase certamente diria que muitos bispos, e os papas mais recentes, esqueceram a doutrina do pecado original. E que, se não a esqueceram, estão deliberadamente ignorando o fato de que a natureza humana decaída não deve ser "acompanhada", isto é, tolerada, mas firme e inequivocamente corrigida, mesmo em questões de moralidade sexual, cujos perigos ele conhecia muito bem.

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Rezemos, ainda não saimos das trevas bergoglianas, nem apareceram bispos como Agostinho, longe disso.

4 comentários:

Adilson disse...

Olá, Dr Pedro.

Sinceramente, toda inercia do papado com a ascensão da sodomia, pedofilia e homossexualismo em geral é angustiante e doloroso.
Faz a gente perder a fé e até duvidar se aquilo que lemos ou ouvimos da Tradição da Igreja é verdade ou foram estórias exageradamente contadas.

Pedro Erik Carneiro disse...

É o contrário, Adilson. O que
vivemos atualmente com toda a exaltacao da cultura da morte (aborto, gayzismo, eutanásia...) é que é novidade na história da humanidade. Nunca se viu isso em nenhuma civilizacao.

O que assusta é isso e não a Tradição.

Adilson disse...

Verdade, professor! Creio que estou rezando pouco nos últimos meses. Ultimamente li muitas noticias dos últimos 4 anos sobre as violações sexuais que aconteceram elo clero da Igreja. Me apavorei muito. Ver aquela que deveria ser o farol, a segurança e o caminho para a humanidade PRATICANDO EXATAMENTE o que os inimigos de Deus praticam! É pior que um filme de terror, pois muitas pessoas morreram ou tiraram as vidas por que receberam o mal daqueles que deveriam protegê-las. Pior: ainda gozaram e gozam com a proteção do substituto de São Pedro (coisa que sou piorou nos últimos 20 anos). Por isso só estou conseguindo ver dor e vazio.

Juscelino disse...

Antigamente, mas muito antigamente a coisa era pontual no tempo e no espaço. Hj é generalizado. A iniquidade não é a pratica das coisas aberrantes e más, mas é a oficialização dela legalmente e culturalmente por assim dizer. Por isso acho que o final dos tempos ficou marcados pra essa geração.