Na semana passada, dever-se-ia comemorar os 150
anos do Sílabo dos Erros (ou Syllabus dos Erros) elaborado pelo Papa Pio IX em 1864. Mas não vi nada no
Vaticano. Vi apenas alguns sites católicos relembrando a data e um texto do
Padre Alexander Lucie-Smith no jornal inglês The Catholic Herald.
Talvez
a razão do silêncio seja o último erro descrito pelo Sílabo, o erro 80, que
condena aqueles que dizem que a Igreja deve se guiar pelo progresso humano e
pelo liberalismo. O Papa Francisco
é um representante orgulhoso do Vaticano II, que procurou muitas vezes se guiar por
este erro. A celebração levantaria certamente esta
questão. Ou do erro 3, que condena quem diz que razão humana sozinha pode
encontrar Deus, não se precisa da graça divina. O Papa Francisco disse que a
“consciência” sozinha podia. Ou dos erros 4, 5 e 6..., que acham que a
Revelação Divina precisa da razão humana para se aperfeiçoar. Ou do erro 11, que
diz que a Igreja deve se afastar da filosofia. Ou do erro 12 que diz que a
Igreja impede o avanço da ciência. Ou dos erros 15 e 16, que defendem o
relativismo religioso. Leiam todo o Sílabo.
Guiar-se pelo progresso humano é uma
tentativa de tornar a Igreja mais popular, mais democrática. Mas isso abre as portas para heresias e para o abandono do próprio
Cristo.
A busca da popularidade é um perigo.
Escraviza. Aquele que possui popularidade muitas vezes faz qualquer para
mantê-la.
Recentemente, eu vi uma pesquisa depsicologia que mostra justamente isso. Os mais populares, aqueles que dizem sim,
bonzinhos, são mais propensos a cometer atrocidades, do que aqueles que estão
prontos para dizer não.
Certa vez, eu fui incluído sem pedir em um
grupo de amigos do whatssapp. Eram amigos de infância, há muito tempo não os
vejo, não sei como está a vida deles, teria em prazer em me aproximar de alguns. Então, de princípio, aceitei participar do grupo e comecei uma
pequena interação pelo whatsapp.
Mas meu celular começou a apitar inúmeras
vezes durante o dia e mesmo durante a madrugada e a imensa maioria das
mensagens eram inúteis, como o “kkkkkkk” para dizer que estava rindo. Outras
eram redundâncias em cima do mesmo tema. E pior, eu percebi que não conseguia me
comunicar com ninguém, pois as mensagens eram adicionadas e se perdia o fio da
conversa. Então, eu disse que queria sair com apenas três dias de participação do
grupo. Eu tinha sido uma pessoa até certo ponto popular na minha infância,
início da adolescência, mas há muitos anos, eu tinha percebido como tinha
cometido erros no processo, e há muito tempo eu tinha aprendido o valor do não.
Justifiquei minha saída de forma sincera. Disse que eu estava recebendo muitas
mensagens, que não gostava disso, por isso não participava de facebook ou do
twitter.
Espero que a Igreja exalte o valor do
Sílabo dos Erros do Papa Pio IX.
E reconheça o perigo da popularidade. As
revistas Time ou Rolling Stone não impulsionam a Doutrina Católica, pelo
contrário. E que a Igreja relembre que ela não é uma democracia.
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