sexta-feira, 6 de março de 2015

Comentário sobre "Quem sou eu para Julgar?" do Papa Francisco


Ronald Mann, na revista Crisis Magazine, comenta a expressão "Quem sou eu para julgar" do Papa Francisco, feita em relação a homossexualismo. Esta frase do Papa Francisco tem trazido muita confusão para a Igreja, muitos estão usando para permitir pecados e destruição da Doutrina da Igreja, não apenas para relação homossexual.

Toda vez que alguém me lembra dessa frase, eu lembro Jesus Cristo, e Seus julgamentos contra fariseus, seus próprios discípulos, contra os mercadores do templo (belíssimo quadro de El Greco acima ilustra isso), contra o mundo (que condenou) e contra o próprio São Pedro, que chegou a chamar de Satanás.

Mann traz outras diversas passagens da Bíblia, do Novo e Velho Testamento. Então vale a pena ser lido.

Geralmente, os defensores da tese de que não se deve julgar ninguém, usam as passagens Mt 7:1-6 (Não julgueis, primeiro tire a trava dos teus olhos). Mas esta passagem tem o sentido de dizer que devemos evitar o pecado antes de condenar o pecado do outro e não que não julguemos.

Vejamos as passagens da Bíblia que Mann relata para mostrar que o julgamento dos atos humanos é extremamente cristão, além de ser feito por Cristo é recomendado por São Paulo (Gálatas 6:1, Romanos 15:14), inclusive contra o clero (1 Timóteo 5:20, Tito 1:13-14).

Ezequiel 33:7-9

Filho do homem, eu te constituí sentinela na casa de Israel. Logo que escutares um oráculo meu, tu lhe transmitirás esse oráculo de minha parte.
8.Se eu disser ao pecador que ele deve morrer, e tu não o avisares para pô-lo de guarda contra seu proceder nefasto, ele perecerá por causa de seu pecado, mas a ti pedirei conta do seu sangue.
9.Todavia, se depois de receber tua advertência para mudar de proceder, nada fizer, ele perecerá devido a seu pecado, enquanto tu salvarás a tua vida.  (Ezequiel 33:7-9)
Atos 8:20-23 (São Pedro diz ao mágico)
Pedro respondeu: Maldito seja o teu dinheiro e tu também, se julgas poder comprar o dom de Deus com dinheiro!
21.Não terás direito nem parte alguma neste ministério, já que o teu coração não é puro diante de Deus.
22.Arrepende-te desta tua maldade e roga a Deus, para que, sendo possível, te seja perdoado este pensamento do teu coração.
23.Pois estou a ver-te no fel da amargura e nos laços da iniqüidade.
Atos 13:9-10 (São Paulo para Élimas, o Mago)
Então Saulo, chamado também Paulo, cheio do Espírito Santo, cravou nele os olhos e disse-lhe:
10.Filho do demônio, cheio de todo engano e de toda astúcia, inimigo de toda justiça, não cessas de perverter os caminhos retos do Senhor!
Gálatas 2:9-11 (São Pedro recrimina comportamento de São Pedro)
Tiago, Cefas e João, que são considerados as colunas, reconhecendo a graça que me foi dada, deram as mãos a mim e a Barnabé em sinal de pleno acordo:
10.iríamos aos pagãos, e eles aos circuncidados. Recomendaram-nos apenas que nos lembrássemos dos pobres, o que era precisamente a minha intenção.
11.Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe francamente, porque era censurável.
Gálatas 6:1 (São Paulo diz como o cristão deve se comportar)
Irmãos, se alguém for surpreendido numa falta, vós, que sois animados pelo Espírito, admoestai-o em espírito de mansidão. E tem cuidado de ti mesmo, para que não caias também em tentação!
2.Ajudai-vos uns aos outros a carregar os vossos fardos, e deste modo cumprireis a lei de Cristo.
I Timóteo 5:20
Não recebas acusação contra um presbítero, senão por duas ou três testemunhas.
20.Aos que faltam às suas obrigações, repreende-os diante de todos, para que também os demais se atemorizem.
Tito 1:10-15
Com efeito, há muitos insubmissos, charlatães e sedutores, principalmente entre os da circuncisão.
11.É necessário tapar-lhes a boca, porque transtornam famílias inteiras, ensinando o que não convém, e isso por vil espírito de lucro.
12.Um dentre eles, o profeta deles disse: Os cretenses são sempre mentirosos, feras selvagens, glutões preguiçosos.
13.Esta asserção reflete a verdade. Portanto, repreende-os severamente, para que se mantenham sãos na fé,
14.e não dêem ouvidos a fábulas judaicas nem a preceitos de homens avessos à verdade.
15.Para os puros todas as coisas são puras. Para os corruptos e descrentes nada é puro: até a sua mente e consciência são corrompidas.
Romanos 15:14
Estou pessoalmente convencido, meus irmãos, de que estais cheios de bondade, cheios de um perfeito conhecimento, capazes de vos admoestar uns aos outros.
1 Coríntios 6:9-10
Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos,
10.nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus.
Finalmente, diz Mann:
We honor those men and women throughout the ages, who have had the courage to judge the sinful behavior of others and publicly testify against it. Despite the cost, Sir Thomas More admonished King Henry VIII not to be acclaimed as the supreme head of the Church of England since that would deny papal authority, and he also warned the king that it would be bigamous for him to marry Anne Boleyn. Did not John the Baptist judge when he publicly accused Herod of adultery because he took Herodias for his wife despite her still being married to Herod’s brother Philip? Juries judge defendants all the time.
So let us pray that God will give us the courage to make sound judgments and the wisdom to use those judgments for the benefit of his children. Judges would do well to remember Paul’s advice to Timothy: “Avoid foolish and ignorant debates, for you know that they breed quarrels. A slave of the Lord should not quarrel, but should be gentle with everyone, able to teach, tolerant, correcting opponents with kindness. It may be that God will grant them repentance that leads to knowledge of the truth, and that they may return to their senses out of the devil’s snare, where they are entrapped by him, for his will”  (2 Tim 2: 23 – 26).

Um comentário:

Anônimo disse...

Não podemos julgar a pessoa em si, como: v é um adúltero, ladrão, sodomita, perverso político etc., mas dizer a ele que o comportamento acima incidente nos 4 ou num desses é como comportar-se como tal, sim, sendo de infinita diferença entre os 2 casos.
Se assim não fosse, o penitente na confissão ao contar os pecados, o padre lhe diria: quem sou eu para o julgar, v é quem sabe.
V considera pecado, que acha?
Relativismo total e sua função como juiz, extinta.
Que essa frase do papa Francisco tem dado pano para manga de 1001 modos, ah sim; sempre tem me parecido no sentido interesseiro, de obter proveito pessoal e infringir as leis de Deus "sem culpa".
Henoc