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O padre John McCloskey III escreveu um artigo para o site The Catholic Thing explicando por que os Estados Unidos já vivem um momento de pós-cristianismo. E ontem também eu vi um relatório que mostra mais de 600 casos de hostilidade religiosa nos Estados Unidos, isto é, ações contra pessoas que rezam, que demonstram sua religião.
O texto de McCloskey III é ótimo. Ele explica que os Estados Unidos foi formado pela imigração de protestantes, com exceção do estado de Maryland que foi formado por imigrantes católicos. Mas, ele explica, o protestantismo desde a imigração esteve em franca decadência já visualizado por Alexis de Tocqueville no século 19.
É impressionante ver o que disse Tocqueville já naquela época, o cara parece profeta. Falando sobre religião nos Estados Unidos no século 19, ele disse: If you consider Catholicism within its own organization, it seems to be losing; if you consider it from outside; it seems to be gaining. (Se você considera o Catolicismo por dentro da organização, parece que esta religião está perdendo, se você considera do ponto de vista de fora, a Igreja parece estar ganhando).
Isto é, Tocqueville já via o desmembramento das diversas crenças
protestantes nos Estados Unidos.
O padre McCloskey ver no atual momento o fim do protestantismo, no futuro apenas a Igreja Católica será a defensora da fé cristã no país. Os milhões de abortos, os divórcios, a pornografia, a defesa do casamento gay, tudo fruto da revolução cultural dos anos 60, destruíram a crença cristã nos Estados Unidos. Para ele, os Estados Unidos não pode mais ser considerado um país cristão. E o Brasil pode ser, segundo os critérios dele?
Sobre o relatório, o Liberty Institute e o Family Research Center se juntaram e elaboraram um relatório sobre os casos de hostilidade a religião nos Estados Unidos.
Diz o relatório:
A edição atualizada do levantamento de hostilidade religiosa na América é uma prova da uma mudança radical na visão de mundo da nossa cultura, que começou com o surgimento do secularismo após a Segunda Guerra Mundial e acelerou a cada ano. Apesar de não ser exaustivo, esta pesquisa apresenta mais de 600 casos de ataques contra religião nos Estados Unidos. Exemplos da crescente hostilidade à religião descrito no estudo incluem:
a) Um juiz federal ameaça de "encarceramento" um orador oficial de High School, a menos que ela remova referências a Jesus de seus discursos
b) Os funcionários municipais proibiram idosos de orar antes das refeições, ou ouvir mensagens religiosas.
c) Um professor de uma escola pública repreedneu um aluno por ele orar antes do almoço.
d) Um oficial do governo proibiu um pastor de fazer referências a Jesus durante orações do Memorial Day.
e) O
Departamento de Justiça dos Estados Unidos tentou na justiça determinar
quem as igrejas podem contratar (o governo Obama perdeu a ação, graças a
Deus).
f) O estado do Texas procurou determinar o que os seminários podem ensinar.
g) Através do sistema de saúde, o governo Obama está tentando obrigar às instituições cristã a fornecer métodos abortivos.
h) Um juiz federal disse que orações na Câmara dos Deputados podem ser para Alá, mas não para Jesus.
Realmente, os Estados Unidos vivem uma transição para o ateísmo, destruindo sua herança cultural cristã, rezo
para que a Igreja Católica se mantenha em pé na defesa do Credo de
Nicena. Este problema não se restringe aos Estados Unidos.
2 comentários:
Olá, Pedro Erik!
Tão bonito seu blog sempre. Estou frequentemente por aqui, silenciosamente, só tentando aprender um pouco mais, enfrentando essa luta desigual com a ignorância. Não vi o relatório lastimável, mas ele me pareceu um tanto alarmista. Esses 600 eventos hostis aos cristãos não são pouca coisa por si mesmos, contudo, gostaria de perguntar em quanto tempo eles se deram e se você não acha que, considerados o tamanho enorme da população americana e a vasta extensão do poaís, eles podem ser relativizados. Penso que sim, mesmo, repito, não tendo visto o relatório. As ocorrências que você cita me parecem ser frontalmente contrárias aos direitos garantidos na constituição americana, tanto de professar uma religião quanto de liberdade de expressão. Os agressores desses direitos precisam ser enquadrados pela lei. Pedro, aproveito para perguntar sua opinião sobre o psicólogo americano (perdoe-me, mas não me lembro do nome dele agora), ex-pastor evangélico, ter dito recentemente que a "crença no sobrenatural é perigosa". A minha é de que "viver é perigoso" (na fala de Riobaldo, de "Grandes sertões: veredas") sem a crença no sobrenatural. Um grande abraço
Cara Vânia,
Tudo bem?
Bom, o relatório esta disponível, click no link. Ele cataloga acontecimentos dos últimos 10 anos.
O que eu posso lhe dizer eh que eu acompanho diariamente sites americanos e notícias de proibição de orações e de devoção a Cristo sao muito comuns hoje em dia.
Nos EUA, a primeira emenda proíbe o estado de ter uma religião , isto eh interpretado hoje pelos ateus com proibição de demonstração religiosa. O governo Obama estan sendo processado pela Igreja Católica por obrigar a liberação de métodos abortivos e jah tentou determinar ateh os empregados das religiões.
A briga estah feia, o relatório nao eh alarmista. Infelizmente.
Eu concordo com o pastor. A crença no sobnatural eh perigosa pois nos liberta do mundo, faz a gente confiar em outra lei, na lei divina, a sermos de outro mundo, como dizia Chesterton.
Beijo,
Pedro Erik
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