Será que o Islã é como a tribo Amalec da Bíblia? Falo disso mais adiante, mas antes vamos ao que motivou a pergunta.
Ontem, eu vi um tenente coronel americano chamado Ralph Peters respondendo sobre como deve-se lidar com o terroristas islâmicos do ISIS que destroem a Síria e o Iraque e matam milhares, especialmente cristãos e muçulmanos xiitas.
Ralph Peters é muito conhecido nos Estados Unidos, está sempre dando entrevista sobre questões militares na Fox News (principal canal a cabo dos Estados Unidos). E ele costuma ser muito sensato nas suas respostas. É bastante respeitado. A patente de tenente coronel (lieuitenant colonel), está abaixo de coronel, mas coronel é logo abaixo de general de brigada. Em suma, tenente coronel é uma patente bem elevada.
Peters respondeu a pergunta em um debate sobre a morte do jornalista americano James Foley (foto acima), que foi decapitado pelos terroristas do ISIS.
Peters respondeu assim: "O jeito que deve-se lidar com estes terroristas nojentos sanguinários do ISIS é: você os mata, continua matando, até que você mata o último deles, então você mata a cabra de estimação deles".
(No original: Kill them, keep on killing them until you’ve killed the last one, then kill his pet goat.)
No vídeo abaixo aparece a resposta de Peters, a pessoa que editou o vídeo resolveu fazer troça do que disse o tenente coronel. Esqueçam as animações colocadas no vídeos, com ursos e explosões, e se concentrem no que disse Peters.
Assim que eu li o que disse Peters, eu me lembrei de I Samuel 15 da Bíblia, no qual Deus ordena Saul que mate e destrua todo que representa a tribo Amalec. A ordem é exterminar toda a tribo de Amalec (homens, mulheres, crianças), suas casas, bois, ovelhas, tudo, não era para poupar nada, era para realizar completo extermínio. Acontece que Saul desobedeceu Deus e poupou o rei Amalec, chamado Agag, e os melhores animais da tribo. Por conta disso, Deus não quis mais que Saul fosse rei de Israel.
Ao que parece, Peters pensa no ISIS como algo que representa o mal em si, como os Amalecitas que atacaram Israel durante a fuga do Egito.
Mas pelo o que conheço Peters, não acredito que ele defenda o genocídio. Mas apenas em dar uma lição a um grupo terrorista, sendo impiedoso na guerra contra eles. Ele apoia que os Estados Unidos lancem o poder militar americano com muita força contra o ISIS, não fiquem apenas jogando bombas do alto. As palavras que ele usou são alimentadas pela decapitação bárbara de um jornalista americano.
Por outro lado, mais do que matar os terroristas, o mundo precisa reconhecer que lida com uma ideologia maligna, escrita no Alcorão, isto é bem mais difícil de derrotar do que simplesmente matar os terroristas do ISIS. Esta ideologia não está apenas no ISIS, nem apenas no Oriente Médio. Temos inúmeros grupos terroristas islâmicos no mundo e temos radicais islâmicos morando em todos os países.
Finalmente, o mundo precisa reconhecer, inclusive o Papa Francisco, que precisa do exército americano para vencer o ISIS e proteger os inocentes.
As palavras do tenente coronel, relativizando pela emoção de ver uma decapitação, são bem mais sensatas do que dizer que é preciso manter diálogo com os terroristas, na esperança inocente de que se pode convencê-los de que eles não devem matar pessoas, usando apenas o diálogo ou dinheiro.
(Agradeço o vídeo ao site Weasel Zippers)
8 comentários:
Bom dia!
Fala-nos Santo Tomás sobre as condições para uma guerra justa (destaco a terceira):
"3ª. Uma reta intenção naqueles que fazem a guerra: que se pretenda promover o bem ou evitar o mal. Por isso Agostinho escreve: “Entre os verdadeiros adoradores de Deus até mesmo as guerras são pacíficas, pois não são feitas por cobiça ou crueldade, mas numa preocupação de paz, para reprimir os maus e socorrer os bons”. Com efeito, mesmo se for legítima a autoridade daquele que declara a guerra e justa a sua causa, pode acontecer, contudo, que a guerra se torne ilícita por causa de uma intenção má. Escreve Agostinho a propósito: “O desejo de prejudicar, a crueldade na vingança, a violência e a inflexibilidade do espírito, a selvageria no combate, a paixão de dominar e outras coisas semelhantes, são estas coisas que nas guerras são julgadas culpáveis pelo direito”."
http://sumateologica.wordpress.com/2009/11/18/tomas-responde-existe-guerra-justa-ou-guerrear-e-sempre-um-pecado/
Talvez o Tenente coronel tenha que reconsiderar a afirmação...
Que Nossa Senhora ilumine as decisões de nossos superiores, sejam militares ou religiosos.
Cordialmente,
Gustavo.
É verdade, Gustavo, o desejo de vingança alimenta o pecado da fúria e fúria é pecado e dela não resulta bem para a humanidade.
Acontece que no fundo a teoria da Guerra Justa inteira de Santo Agostinho e São Tomás é baseada na ideia de que a guerra só é justa quando se sofreu um ofensa maligna. Em suma a guerra só é justa para se atacar alguém que nos ofendeu, alguns podem chamar isso de vingança.
O ISIS fez inúmeras ofensas ao mundo.
E além disso, o ISIS usa um ideologia perversa.
E temos de considerar a emoção do tenente coronel. Imagine se você ver o ISIS matando um brasileiro daquela forma e ainda ameaçando seu país.
Finalmente, rezemos por Nossa Senhora. Aliás, coisa que James Foley fez muito. Ele rezava diariamente o rosário. Vou ver se falo disso nos próximos dias.
Abraço,
Pedro Erik
Parabéns pelo comentário.
Bom fim de semana.
Gustavo.
Obrigado, meu amigo Gustavo.
Bom final de semana.
ICXC NIKA.
Abraço,
Pedro Erik
Boa tarde!
Fico curioso em saber o ele pensava quando falou da "cabra de estimação" deles. Seja como for, é bom saber que gente com relevância política está sendo enfática contra os terroristas nos EUA. Suponho que isso pressione o presidente a fazer algo, mesmo que a contragosto.
André
É verdade, André. Considero que Obama é o pior presidente da história dos EUA e ele está em fim de mandato. Mas uma tragédia dessa pelo menos serve para mostrar o que é o terrorismo islâmico mais uma vez para todos no mundo.
Abraço
Pedro Erik
"Diante dessa lei divina, com efeito, como poderiam estar isentos de pecado aqueles que se mancham com sangue humano, para defender coisas dignas de menos apreço?" Santo Agostinho - O Livre-Arbítrio - 5.13
Jesus e os mártires são os nossos testemunhos maiores de que nem a manutenção da própria vida deve nos impedir de buscar as coisas do alto.
Eu me sinto profundamente dividido por essa questão e não acredito que exista posição correta sob os dois aspectos: humano e divino
Seria a guerra, uma solução defendida por Jesus nos seus tempos de grande perseguição ?
Como poderia o Papa clamar publicamente pela defesa dos Cristãos através da espada/guerra? Como ?
Ficaríamos momentaneamente orgulhosos do Papa .... e depois com os desdobramentos da Guerra?
A situação do Papa é dificílima, a nossa humanidade nos leva irrefutavelmente a defesa do extermínio do ISIS, mas o exemplo de Cristo, dos apóstolos e dos mártires não se alinham com respostas militares, não há ponto de apoio para o Papa defender o derramamento de sangue muçulmano-radical, mesmo diante da barbárie que estamos vendo acontecer.
É contraditório, quase irracional, a defesa do dialogo como remédio para parar o genocídio de Cristãos, mas me digam quais seriam as alternativas de posicionamento viáveis para um Papa sobre essa questão?
Eu acredito que haverá uma intervenção militar contra o ISIS e que o sangue Cristão é somente o caminho que esta tornando evidente a necessidade de se fazer algo; e que essa intervenção humana poderá ser ou não também uma intervenção divina.
Quanto ao Papa, como meu líder religioso a sua posição me deixa orgulhoso, principalmente por acreditar que esteja tão aterrorizado quanto nós, mas diferente de nós e talvez como Jesus, faça o inesperado ... suporte dolorosamente o martírio da carne sem perder o seu foco em Deus.
Entendo perfeitamente a divisão que esta questão provoca em nós cristãos.
A minha sugestão é simples já que há séculos a Igreja sofre com muçulmanos: vejamos o que os santos fizeram e disseram.
Por exemplo São Francisco confrontou um sultão muçulmano frente a frente e defendeu as cruzadas.
Abraço
Pedro Erik
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