sábado, 4 de dezembro de 2010

Wikileaks - Como Assim, Ele Ganhou?




Em geral, os últimos documentos liberados pelo espião (sim, eu o considero um espião e perigoso. E o cara ainda é acusado de estupro na Suécia) Julian Assange do site Wikileaks nada mais são do que fofocas e impressões gerais de diplomatas americanos. Imaginem, se os documentos de diplomatas brasileiros fosse liberados ou franceses ou russos ou chineses. Muita bobagem e fofoca sem nenhum relação com a realidade iria aparecer. Eu fiquei supreso foi com a completa falta de informação.

Todo mundo sabia:

1) Que Arábia Saudita e Iêmen querem que os Estados Unidos ataquem o Irã. Eu mesmo já falei disso aqui neste blog. E eu sou um simples analista dos assuntos internacionais que pesquiso sites e jornais;

2) Que os diplomatas americanos atuam como espiões. Que diplomatas não fazem isso?

3) Que a Turquia é um aliado da OTAN que atiça desconfianças. O país é islâmico e tem se aproximado do Irã e do Hamas, ora essa;

4) Que o Berlusconi tem um fraco com mulheres e é pouco atuante na União Européia. Preciso comentar?;

Sobre o Brasil;

5) Que o país tem alto índice de corrupção. Não me diga!;

6) Que a diplomacia brasileira tem um pendor para o anti-americanismo. Basta ler qualquer livro do Samuel Pinheiro Guimarães, ou qualquer pronunciamento do Marco Aurélio Garcia, ou texto sobre política internacional do PT ou frequentar uma universidade de ciências humanas no Brasil;

7) Que o Brasil sofre ameaças terroristas vindas das FARC e da Tríplice Fronteira. Ora, o próprio Bin Laden já esteve na Tríplice Fronteira;

Apesar da grande maioria das vezes ser apenas fofoca,  não se invade textos diplomáticos em vão. Assange está sendo caçado, mas até agora Obama não fez um discurso indignado sobre o caso, deixou a crítica com Hillary Clinton (secretária de estado) ou com Eric Holder (advogado geral). Imaginem se fosse o Bush, a mídia charmaria o "cowboy" de fraco e incompetente.

Mas o que mais assusta mesmo é a falta de informação desses dioplomatas. Um caso que li hoje no Catholic Herald é que os diplomatas americanos pegos pelo Wikileaks ficaram extremamente surpresos com a eleição do cardeal Ratzinger para papa. Eles achavam que o papa eleito seria mais moderno, "saberia usar o computador", e ficaria no meio entre o liberalismo e a ortodoxia católica. Os cardiais, para os diplomatas, não elegeriam alguém tão ortodoxo. Ficaram "speechless" (sem palavras) com a eleição de Ratzinger. Mas bastavam eles saber que Ratzinger  era o cardeal mais próximo do papa mais popular do Século XX.

Sei não, para mim, os Estados Unidos precisam melhorar a formação de seus diplomatas.

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