quarta-feira, 5 de abril de 2023

Argentina e Venezuela: Países Dependentes da China Financeiramente

Muito interessante e importante esse gráfico. Mostra quais são os países que vivem sendo resgatados financeiramente pela China através de empréstimos de emergência.  A Argentina está entre os principais países. E aa condições dos empréstimos chineses são piores que as do FMI ou do Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos).

Empréstimos financeiros ou mesmo doações de outros países não salvam nenhum país da situação de dependência financeira, muito menos empréstimos vindos da China que não negocia sem aprovação da ética da ditadura. Os países ficam dominados pela ética do comunismo chinês. Uma das mais conhecidas partes dessa ética é a falta de transparência.

O novo relatório deste mês publicado pelo laboratório de pesquisa AidData do Virginia's College of William & Mary traz muitas informações relevantes sobre os empréstimos chineses usados para socorrer países em bancarrota. Esses empréstimos não costumam ser transparentes. O relatório se chama "China as International Lender of Last Resort" (China como Emprestador de Última Instância).

A Argentina usa desde 2014 empréstimos vindos do Banco Popular da China (Banco Central Chinês) para financiar suas reservas internacionais.


A China tem aumentado muito sua participação de empréstimos bilaterais.


A Venezuela também tem recebido apoio financeiro chinês.



E as taxas de juros cobradas pela China são piores. O que são melhores são as possibilidades de esconder esses empréstimos.



Traduzo abaixo um resumo do relatório feito pelo site Zero Hedge:

Os pesquisadores que são do Banco Mundial, da Universidade de Harvard e do Instituto Kiel para a Economia Mundial identificaram 22 países que foram resgatados por empréstimos chineses quando enfrentaram problemas de liquidez entre 2000 e 2021. Países que utilizaram esses empréstimos em um nível especialmente alto número de anos, ou seja,  rolaram seus empréstimos para os anos subsequentes incluem Paquistão, Mongólia, Argentina e Sri Lanka.

Argentina e Mongólia também foram identificados pelo relatório como países que estão em dificuldades financeiras desde o início de 2010 e estão usando a China como um emprestador de último recurso, apesar dos termos do empréstimo do país serem menos favoráveis ​​do que resgates de juros mais baixos oferecidos pelo FMI ou pelo Federal Reserve. A lista de resgates chineses também inclui países com grandes eventos de inflação, como o já mencionado Paquistão, Turquia e Egito.

O relatório conclui que repetidas rolagens dos empréstimos chineses fornecidos pelos swaps de liquidez do banco central os colocam em uma área cinzenta duvidosa que os diferencia de práticas de empréstimos semelhantes, por exemplo, swaps de liquidez do Fed dos EUA. Estes também são frequentemente usados em situações de crise, mas devem ser pagos em 12 meses ou declarados como dívida real. Os empréstimos do Fed são usados com mais frequência pelos países desenvolvidos, enquanto os países em desenvolvimento e de renda média – muitos deles também acumulando dívidas regulares com a China – têm se voltado cada vez mais para a superpotência asiática em busca de ajuda emergencial. Esses países têm, portanto, conseguido manter as linhas de swap por longos períodos de tempo sem ter que declarar mais dívida externa, mas a um custo maior e com perda de transparência na dívida internacional.

Os montantes de resgate fornecidos pela China permaneceram bastante baixos na década de 2000 e no início de 2010, antes de disparar a partir de 2015, subindo para um total de US$ 100 bilhões nas duas décadas. As duas formas mais comuns de funcionamento desses empréstimos são por meio de uma troca de liquidez com o Banco Central da China – onde estava localizada a maior parte dos saldos pendentes de cerca de US$ 40 bilhões em 2021 – ou por meio de linhas de crédito de bancos estatais chineses. Três países, Venezuela, Sudão do Sul e Equador, receberam pagamentos antecipados de mercadorias que deveriam entregar à China.


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