quinta-feira, 12 de setembro de 2024

A Invenção Moderna de Santificação Automática de Papas.

 


Como diz a postagem do X, se os papas modernos são todos santos, onde estão os frutos na Igreja? A Igreja, clero e leigos, estão crescendo em santidade? Cristo disse: "pelos frutos conhecerão".

O site The American Catholic lembrou antes da santificação de um papa verdadeiramente santo, Pio X, fazia 242 anos que não se santificava um papa. Hoje, ao que parece, há uma santificação automática. 

Eu acrescento que foi um grande erro de João Paulo II excluir o "advogado do diabo" da avaliação da santidade. 

Eu diria até que um "advogado do diabo" é extremamente importante em várias áreas humanas. Precisamos ter sempre em mente um crítico feroz daquilo que fazemos.

Mas, com certeza, quando Francisco morrer, a esquerda global gritará em todos os jornais: "Santo subito!"

A santificação de uma pessoa pela Igreja exige respeito por parte dos fiéis, mas eles, até onde eu sei, não são obrigados a considerarem essas pessoas santas.  

Rezemos. 


2 comentários:

Anônimo disse...

Monsenhor Gerardus Cornelis van Noort escreveu em 1957 que a canonização dos santos é alcançada pela Infalibilidade da Igreja, sendo essa a opinião como certa entre os teólogos e canonistas descritos em sua obra. Segundo o ensino da Igreja, ir contra a uma opinião teológica de senso comum é no mínimo pecado grave por desobediência, isso é amplamente descrito na obra do Padre Sisto Caterchini (1953) que detalha todas as notas teológicas e o grau de assentimento.

Há de se lembrar que a fórmula, parte do Magistério Extraordinário Solene deixa claro:

“Pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo e dos Apóstolos Pedro e Paulo e por Nossa própria autoridade, Nós declaramos que N. foi admitido ao céu, e Nós decretamos e definimos que ele deve ser venerado em público e em privado como um santo.”

A fórmula não deixa dúvida alguma, assim como ninguém ousaria colocar em dúvida se uma pessoa foi batizada ao ver alguém sendo batizado utilizando a fórmula aprovada pela Igreja.

Então se a Igreja disse que tal pessoa está no céu, pela autoridade recebida diretamente de Nosso Senhor Jesus Cristo, tal qual a fórmula deixa explícito, tal pessoa está certamente no céu e não há sequer espaço para dúvidas interiores, o assentimento, como ensina a Igreja, deve ser Externo e Interno.

Se tens Francisco e antecessores como Papas, deve obrigatoriamente assentimento a tal canonização.

Esse para mim é mais um (entre centenas de fatos que a Doutrina Católica dão respaldo) sinal claríssimo que estes senhores jamais foram Papas. É um argumento muito falho com zero respaldo teológico dizer que o fato de não existir o Advogado do Diabo faz com que o processo seja duvidoso. O que vale é unicamente a fórmula utilizada e a autoridade que a utilizou.

Do contrário vamos ter que dizer que a Igreja perdeu sua indefectibilidade.

Anônimo disse...

Sendo São Tomás de Aquino padroeiro desse blog, não entendo como você contraria o Doutor Angélico.

S. Tomás de Aquino, O.P.
1256-1259

[Digo que] algo pode ser julgado possível considerado secundum se, o qual, por sua vez, é considerado impossível em relação a algo extrínseco. Por conseguinte, digo que é possível que o juízo daqueles que estão à frente da Igreja erre em qualquer questão, se forem consideradas somente as suas pessoas. Porém, se se considerar a Providência Divina, que dirige a sua Igreja pelo Espírito Santo de modo a que ela não erre — tal como Ele (Cristo) prometeu em João XVI, 13, que o Espírito que viria ensinaria toda a verdade, a saber, quanto às coisas necessárias para a salvação —, é certo que é impossível que o juízo da Igreja universal erre nestas coisas que pertencem à fé. Portanto, a sentença do papa, a quem compete determinar acerca da fé, que ele profere em juízo, deve prevalecer sobre a opinião de quaisquer sábios em seus escritos, haja vista que Caifás, embora iníquo, ainda é lido, sendo ele o pontífice, como tendo profetizado sem saber, em João XI, 51. Enquanto que noutras sentenças, que dizem respeito a fatos particulares, como as que se referem a posses ou a crimes ou a coisas desta sorte, é possível que o juízo da Igreja erre em razão de falsos testemunhos.

A canonização dos santos, com efeito, é um intermédio entre esses dois. Como, no entanto, a honra que prestamos aos santos é uma certa profissão de fé, pela qual cremos na glória dos santos, deve-se acreditar piedosamente que o juízo da Igreja não pode errar nem mesmo nestes casos.

Quodlibet IX, q. 8, a. único, corpus.