segunda-feira, 28 de abril de 2025

Minha Opinião Sobre o Papa Francisco: Claramente Herético

 

Há poucos dias eu fiz uma live com professor Hermes Nery, mas amigos acharam que eu não me expressei o bastante. Bom, em 2019, eu publiquei um e-book, tanto em português como em inglês, sobre o Papa Fracisco, chamado "Papa Francisco: Dos Sapatos à Heresia?", que é um relato quase diário de seu pontificado até o Sínodo da Amazônia. O último relato é um texto de Roberto de Mattei que disse que "moderados não podem derrotar o esquerdismo dentro da Igreja", terá de ser um conservador com orgulho de ser conservador.

Em poucas palavras, para mim, infelizmente, Francisco foi claramente um herético, um herético de "carteira assinada", isto é, ele chegou a assinar suas heresias. Não há registro histórico de um papa que atacou tanto os dogmas da Igreja. Francisco, só para ficar no mais importante, assinou heresia contra o principal dogma não só da Igreja Católica como do cristianismo. Ele assinou documento herético e falou várias vezes contra o dogma de que Jesus Cristo é o único caminho para Deus. 

No livro, eu detalho inúmeros percalços, palavras, documentos e atos heréticos do papa. Infelizmente, isso é verdade, e a Igreja vai ter de lidar com isso. Quem pode declarar ele herético? O próximo papa nem esquerdista, nem moderado.

No prólogo do livro, eu esclareço muitas coisa. Vou colocar aqui parte do prólogo.

Como deve ser feita uma “crítica filial” (crítica respeitosa) a um papa? Além de ser respeitoso, acho que se ater aos fatos é a melhor estratégia. É o melhor caminho para se evitar argumentos baseados em simples opinião e também para se afastar falácias. Como lembrou o cardeal Brandmüller[1], ao ser perguntado se Bento XVI tinha realmente renunciado: de internis non iudicat praetor (um juiz não julga coisas internas, subjetivas, julga apenas fatos). Papas são homens, sendo assim eles erram. As questões que surgem devem se restringir ao grau e ao volume desses erros factuais.

Quando perguntado, em 1997, se o Espírito Santo era o responsável pela eleição de um papa, o então cardeal Ratzinger respondeu:

“Eu não diria isso no sentido que o Espírito Santo escolhe o papa, porque há muitos exemplos contrários que mostram que o Espírito Santo não teria escolhido. Eu diria que o Espírito Santo não assume exatamente o controle do caso, mas sim como um bom educador, por assim dizer, nos deixa muito espaço, muita liberdade, sem que nos abandone totalmente. Assim, o papel do Espírito Santo deve ser entendido em um sentido muito mais elástico, não é que ele dite o candidato para quem se deve votar. Provavelmente, a única garantia que ele oferece é que a coisa não vai ser totalmente arruinada”[2].

Desse modo, não devemos colocar na conta do Espírito Santo a má escolha de um papa, há imensa liberdade para escolha errada. Inúmeros papas foram controversos, desde que São Pedro negou Cristo três vezes, mesmo entre os que foram canonizados. Além de papas controversos, a Igreja aceita que já existiram papas péssimos e até heréticos. Dentre esses péssimos e heréticos, os mais reconhecidos como tais são Libério (323-366), Honório I (625-638), Estevão VI (896-897), João XII (955-964), Bento IX (que conseguiu, por meio de simonia, ser papa por três períodos 1032-1044, 1045, 1047-1048), João XXII (1316-1334), Alexandre VI (1492-1503) e Leão X (1513-1521). Sendo que geralmente se nomeia Honório I e João XXII como heréticos. Papas podem errar de forma grave tanto em termos do magistério como em assuntos mundanos.

Rod Bennett escreveu um livro sobre os momentos históricos em que “bispos fizeram o serviço do demônio”[3]. Ele disse que teve receio de escrever o livro com medo de afugentar os católicos da fé, mas ele lembrou que se pode aprender na Bíblia o quanto é comum a traição daqueles que deveriam defender Deus. Dos trinta e nove reis de Israel da linhagem de Davi, trinta e um foram malignos, e até adoraram outros deuses como bezerros de ouro ou Baal e perseguiram os profetas. Bennett aponta que a proporção entre os papas é extremamente menor, ele calcula menos de 24 malignos ante 266 papas.

Eu compartilho do receio de Bennett em escrever este livro. Clamo à Nossa Senhora para que os leitores deste livro não percam a fé na Igreja e sim que eles a reforcem. Eles devem saber que apesar de a Igreja ter momentos terríveis, a Igreja os supera para continuar sendo a mais antiga instituição do mundo e a mais caridosa. Como disse um dos maiores especialistas sobre a história dos papas, Eamon Duffy[4], a história do papado é a história de uma das mais extraordinárias instituições da humanidade. Essa história se relaciona com todos os aspectos da humanidade – vida, morte, família, capitalismo, socialismo, arte, paz, guerra, etc. No imenso período de presença da Igreja, como o escritor inglês Chesterton lembrou, o cristianismo morreu várias vezes e ressuscitou, “porque ele tem um Deus que sabe a maneira de sair do túmulo” [5].

Os leitores também devem saber que a Igreja não se sustenta só nos ombros do papa e dos clérigos, mas também nos ombros dos leigos. No seu livro, Bennett assinalou que nos piores momentos da Igreja, os leigos católicos brilharam mais na defesa do cristianismo.

Quem é o Papa Francisco? Alguns autores já o definiram como papa misericordioso, outros como papa político, outros como ditador, outros como peronista, outros como comunista e outros como um papa que tentará mudar radicalmente a Igreja.

O filósofo e historiador argentino Antonio Caponnetto, que escreveu sobre o cardeal Jorge Bergoglio mesmo antes deste se tornar Papa Francisco, declarou no final de 2018 que Francisco é como se fosse o líder das igrejas condenadas no Apocalipse, ele é “apóstata, herege, blasfemo, sacrilégio e traiçoeiro” [6]. Caponnetto afirmou que o Papa não tem princípios, era capaz de negar a existência do demônio e em seguida pedir que os fiéis rezassem contra o demônio que invadiu a Igreja.  Caponnetto deu sua opinião. Mas ele também disse que tudo isso pode ser provado “passo a passo”.

Caponnetto usa palavras bem fortes contra seu conterrâneo no Vaticano que ele conhece há bastante tempo. Será que Caponnetto é um inimigo de Bergoglio por conta de outras questões não relacionadas ao magistério da Igreja? Será ele alguém querendo aparecer em um momento de confusão dentro da Igreja? Não sei.

Mas o objetivo deste livro é fazer esse “passo a passo” sugerido por Caponnetto. Procuro me apoiar em fatos, isto é, atos e palavras do Papa Francisco. Esse caminho pode jogar luz na verdade sobre o pontificado de Francisco. Acompanhei diariamente as palavras e as ações do Papa Francisco desde o início do seu pontificado e também li o que teólogos, pensadores e clérigos comentaram sobre o seu pontificado, além de notícias relacionadas ao pontífice.

Neste livro, a ideia é deixar que o leitor conclua sobre quem é teologicamente e doutrinariamente o Papa Francisco, diante do “passo a passo” factual que apresento.  Eu farei uma breve análise do que é heresia e como se identifica um herético, no Capítulo 7, e relacionarei essa minha análise com as ações do Papa Francisco. Mas deixo claro que não tentarei provar canonicamente que o Papa é herético. Nos dias de hoje, a questão da heresia é um assunto tratado de maneira muito mais complexa do que deveria na minha opinião. Mostrarei isso usando o caso do governador de Nova York, o católico Andrew Cuomo, no mesmo capítulo.

Ainda são poucos os teólogos e canonistas que defendem abertamente que o Papa Francisco é herético. Por outro lado, sempre serão poucos aqueles que defenderão que um papa é herético, pois os fiéis amam a Igreja Católica e um papa herético é algo terrível.  Eu amo muito a Igreja. Acho apenas que o meu reporte provará que há bastante material para esse debate.

Em 2019, R.R Reno, editor de uma importante revista católica norte-americana chamada First Things, declarou[7] que a maioria dos cardeais considera que o pontificado de Francisco é um erro, especialmente porque Francisco “não tem teologia”, seria uma autoridade sem princípios, que resulta ou em tirania ou em anarquia. Será que a maioria dos cardeais compartilha desse pensamento de Reno, sendo que boa parte foi nomeada pelo próprio Papa? Não sei. Mas entendo que seja provável. Em todo caso, sim, vivemos uma anarquia na Igreja sob Francisco.

Por vezes, quando se mostra que o Papa Francisco trouxe muita confusão e falta de princípios, aparece alguém para argumentar que o Francisco é peronista, seguidor do método do Juan Perón (ex-presidente da Argentina por três mandatos). O livro the Dictator Pope[8] de Marcantonnio Colonna conta uma anedota de Juan Perón que ajuda a entender essa falta de princípios de um peronista: diz-se que Péron quis ensinar um sobrinho sobre o que era política e levou o sobrinho para suas reuniões. Em uma reunião com os comunistas, Perón disse que os comunistas estavam certos. Mas em uma reunião com os fascistas, Perón também concordou com os fascistas. Então, o sobrinho disse a Perón que ele não podia fazer aquilo, Perón disse que o sobrinho estava certo também.

Este livro é sobre o Papa Francisco e o seu pontificado. As ações e as palavras do Papa já permitem uma análise bastante sólida sobre o que ele é como pontífice e sobre o que ele pretende que a Igreja Católica seja. Aliás, já existe uma verdadeira coleção de livros sobre o Papa Francisco....



[1] Montagna, Diana. (2019). Did Benedict really resign? Gänswein, Burke and Brandmüller weigh in. Life Site News. 14 de fevereiro de 2019. Disponível em https://www.lifesitenews.com/news/did-benedict-really-resign-gaenswein-burke-and-brandmueller-weigh-in

[2] Allen, John. (2002). Conclave: The Politics, Personalities, and Process of the Next Papal Election. An Image Book.

[3] Bennett, Rod. (2018). Bad Shepherds. The Years in Which the Faithful Thrived While Bishops Did the Devil´s Work. Sophia Institute Press.

[4] Duffy, Eamon. (2006). Saints and Sinners: A History of the Popes. Terceira Edição. Yale University Press.

[5] Chesterton, G.K. (1925). The Everlasting Man. Editora Apollo.

[6] Tosatti, Marco (2018). Caponnetto: La Chiesa Tradita, Errore Ignoranza Confusione Menzogna. Stilum Curiae. 20 de dezembro de 2018. Disponível em https://www.marcotosatti.com/2018/12/20/caponnetto-la-chiesa-tradita-errore-ignoranza-confusione-menzogna/

[7] Reno, R. R. (2019). A Failing Papacy. First Things. Fevereiro de 2019. Disponível em https://www.firstthings.com/article/2019/02/a-failing-papacy

[8] Colonna, Marcantonnio. (2018). The Dictator Pope: The Inside Story of theFrancis Papacy. Regnery Publishing.


Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Pedro,

Há cerca de 10 anos esse pesadelo já nos assombrava. Queira que o Bom Deus tenha misericórdia de nós e nós de o uma Papa Santo. E no mês da Santíssima Virgem. Que Ela interceda pela Santa Igreja.

Viva Cristo Rei!

Emanoel