quinta-feira, 21 de abril de 2011

Amigos podem levá-lo a Obesidade, ao Divórcio e até ao Suicídio

É muito batida a frase: diga-me com quem andas que direis quem és. Mas ela sempre prova estar correta. O grande Ed West, o melhor blog do jornal The Telegraph, mostrou que há um estudo que prova que ter amigos obesos (esses amigos inclui pais, irmãos e amigos, claro) aumentam em muito as chances de as pessoas também serem mais obesas. Outro estudo mostrou que ter amigos suicidas aumentam as chances de que você também provoque suicídio. Além disso, já é conhecido por diversas pesquisas que  a taxa de divórcio são maiores quanto mais é permitido o divórcio. E o  divórcio é contagioso, como fala uma outra pesquisa mostrada pelo jornal. Se um amigo próximo se divorcia, as suas chances de se divorciar aumentam em 75%!! Se é amigo de um amigo, as chances caem para 33%,  o que ainda é muito. O divórcio de um irmão faz as chances de seu próprio divórcio aumentar em 22%.

A partir daí, Ed West passa criticar a revolução sexual dos anos 60, que trouxe a liberação do divórcio e do sexo. O que os dados das pesquisas e nosso dia-a-dia mostram é o que os resultados dessa  revolução foram: crianças emocionalmente despreparadas, crianças com dificuldades para assimilar conhecimento, aumento nas taxas de criminalidade e nas taxas de alcoolismo. Isso tudo tem um custo econômico e social tremendo.

A liberação do aborto no final da década de 60 na Inglaterra liberou os homens do casamento se as namoradas engravidarem. Enquanto no passado boa parte das mulheres no dia do casamento estavam grávidas, hoje, se não casam, ou abortam  (com apoio do governo, muitas vezes) ou vão ser mães solteiras.  Hoje apenas metade das pessoas na Inglaterra acreditam naquela frase "engravidou tem de casar".

Outra pesquisa mostra que pessoas que se juntam (vão morar juntas, "juntam as escovas") e têm crianças são mais suscetíveis ao divórcio do que aquelas que são casadas.


Por que as pessoas fogem do casamento? Especialmente aquele da Igreja? Eu sempre considerei isso um sinal de respeito a Igreja, mas não gosto nem um pouco da idéia de juntar as escovas, para mim parece fuga de algo considerado maior. Vi ontem um excelente vídeo no site Aggie Catholics. É simples, direto, engraçado e ao mesmo tempo triste discutindo com humor o que é o ato de "juntar as escovas".

Acho que um blog ligado a jornal ou revista de grande circulação jamais colocaria esse vídeo, pois as pessoas poderiam ficar muito chateadas e sair xingando o meio de comunicação. Mas, espero que meus poucos mas ótimos leitores considerem o vídeo apenas como uma reflexão sobre o assunto.

Juntar as escovas, no vídeo, é basicamente egoísmo. Acho que faltou acrescentar o medo. Medo de várias coisas: de aceitação com os amigos, de perder a vida de solteiro(a), de gastar dinheiro, de ser pai (mãe), de parecer velho(a), de ser controlado(a), etc. Edmund Burke disse que "nenhum sentimento destrói tão efetivamente os poderes da mente para agir e raciocinar como o medo".

O vídeo está em inglês, não tive tempo de traduzí-lo para o blog:


Para agir contra todos esse medos e se afastar dos amigos que são péssimas companhias é preciso enfrentar a corrente da vida, ser uma pessoa que toma conta de suas atitudes e tem uma boa formação moral. Chesterton disse: "Uma coisa morta consegue ser arrastada pelas correntes, apenas aquilo que é vivo consegue ir contra".

Sem amizade não há vida saudável, mas deve-se escolher os amigos com muito cuidado e ter forças para se afastar deles se eles você levam a uma caminho errado. E também devemos lembrar de que devemos ajudar os amigos, se eles entendem que foram para o caminho errado. Para tudo isso, só uma boa formação moral.

8 comentários:

Eduardo R. V. disse...

Eu sou ateu e considero alguns ensinamentos do cristianismo, e outras religiões, bons para a vida.

Se eu entendi direito, você coloca a união como algo dependente da religião. Eu não vejo por esse lado; às vezes, chego a pensar que as pessoas não estão dispostas a se relacionar profundamente. Mas claro, uma base religiosa pode ajudar.

E sim, amigos são muito influentes na vida de todos. E falta pensamento de "é bom para mim?" para refutar as más influências dos amigos. (Em todo tempo ou de vez em quando).

Pedro Erik Carneiro disse...

Caro Eduardo,

Acho que você não entendeu direito ou eu não sou soube explicar. A união entre duas pessoas não depende da religião, mas a força da união delas, seguramente, depende de um conceito de vida que está relacionado com a religião.

O que nós pensamos envolve nosso pensamento religioso. Se somos fracos religiosamente, somos fracos moralmente. O Brasil é muito fraco para seguir os preceitos religiosos e da mesma forma costuma aceitar muitos pecados morais.
Hoje, como você disse, há muitas pessoas que não estão dispostas a se relacionar profundamente. Todas as pesquisas que mencionei mostram isso. E provam também que isto é péssimo para o mundo e para elas próprias. O relacionamento rasteiro não gera bons frutos.

Grande abraço,
Pedro Erik

Eduardo R. V. disse...

É, com certeza, quando a união de um casal ocorre e eles tem base religiosa, sua união pode durar mais, ser melhor e tudo mais. Para algumas pessoas a afinidade religiosa é muito importante, claro. Porém, eu tendo a pensar (por não ter um lado religioso) que a religião não é tudo.

Tem também a pressão dos outros ao relacionamento (um fator negativo) e "auto-pressão" também. O olhar torto, as críticas. Isso pode favorecer a má formação de um casal (pessoas incompatíveis). Isso pode acontecer, até, nos diversos níveis de relacionamento (colega > amigo...); com uma pessoa, por algum motivo, sendo forçada a uma relação que não lhe trará aperfeiçoamento. (Em ambiente de trabalho, escolar ou familiar mesmo).


...
Lembrei da novela Caminho das Índias. Uma cena onde um dos personagens (indianos) explica ao outro (daqui) a diferença do amor deles e do nosso. O deles esquentando e o nosso esfriando.

Pedro Erik Carneiro disse...

Caro Eduardo,

Como digo no post, deve-se ter força para sair das más companhias. Não se deve dar muita atenção às críticas das pessoas. Elas sempre têm alguma opinião sobre que caminho devemos seguir, mas muitas vezes os caminhos que elas indicam são contraditórios.

Quanto a nossa "auto-pressão", ela tem um lado bom que leva a gente a ser melhor, a procurar o bem, mas se for levada pela opinião dos outros seguirá o caminho errado.

Há só um caminho: Jesus Cristo. Infelizmente, para mim, você é ateu. Quem sabe um dia entenda.

Não assisto novelas, amigo. Não entendi bem o que quis dizer no final.

Abraço,
Pedro Erik

Eduardo R. V. disse...

O final foi só um exemplo para ilustrar uma diferença entre duas culturas. Afinal, além de religião, as tradições e costumes (muitas vezes ligados a religião) definem o comportamento dentro do relacionamento com os outros.

Pedro Erik Carneiro disse...

Eduardo, você tocou em um ponto muito importante.

Já falei no blog sobre a bobagem que é desvencilhar cultura, política ou qualquer coisa ligado ao ser humano da religião que ele possui. O ser humano completo tem religião mesmo quando ele acha que não tem. O regimento legal que seguimos é todo baseado em conceitos religiosos. E se você seguir o pensamento de São Tomás de Aquino vai entender que a religião (a ligação com o divino) está presente em todas as civilizações e em todos os seres humanos, mesmos os índios. Eles sabem o que é errado ou certo por meio da consciência humana dada por Deus.

Grande Abraço,
Pedro Erik

Eduardo R. V. disse...

Está nos em meus planos imediatos, entender melhor a religião e outras coisas.

Obrigado pela orientação. Vou ler seu blog começo.

Pedro Erik Carneiro disse...

Caro Eduardo.

Muito bom, tê-lo como leitor do meu blog.

Grande abraço,
Pedro Erik