Eu já descrevi aqui no blog a opinião do Papa Emérito Bento XVI sobre as chamadas "passagens negras" da Bíblia. Mas esta semana eu li no blog do Brandon Vogt uma entrevista com o professor de teologia Matthew Ramage, que está lançando o livro "Dark Passages of the Bible: Engaging Scripture with Benedict XVI and St. Thomas Aquinas".
Dr. Ramage analisa três temas incômodos nas escrituras: sua aparente endosso ao politeísmo, a violência desconcertante do Antigo Testamento, e o que parece ser a rejeição de uma vida após a morte. Se as Escrituras são verdadeiramente infalíveis e inspirada por Deus, como ela pode conter essas passagens?
Seguindo o exemplo do Papa Bento XVI, Dr. Ramage aplica os princípios hermenêuticos mais modernos para analisar estas questões.
Bento XVI sugere a combinação de dois métodos para analisar as passagens negras das Bíblia. Deve-se combinar o método medieval, usado históticamente pelos doutores da Igreja, que tem como princípio olhar para a incarnação de Cristo e o lado espiritual da Bíblia, como o método crítico-histórico (favorito dos estudiosos de hoje) que usa os ahcados arqueológicos e a história dos povos e da região para descrever estas passagens. Chama-s o primeiro método de Método A, o segundo de Método B, e a combinação deles, sugerida pelo Papa Emérito, de Método C.
Normalmente, quando se fala de passagens negras refere-se às passagens do Velho Testamento, especialmente em Josué, em que se tem matanças em nome de Deus. Mas Dr. Ramagem amplia o leque de passagens negras ao incluir passagens em que aparentemente se nega a existência de vida após a morte no Livro de Jó em no Eclesiastes.
Parece-me muito bom o livro. Leiam a entrevista toda.
Recomendo fortemente o livro para quem sofre com estas passagens. Ateus em especial gostam de citá-las para atacar o cristianismo. Para respondê-los de forma rápida e simples, leiam o que descrevi no post sobre a opinião de Bento XVI.
Eu gostei de ver o Papa Emérito em discussão com o que foi dito por São Tomás. Eu já li alguns livros do Papa Bento XVI e acho que ele deve ser considerado um Doutor da Igreja. Ele consegue ser profundo e amplo, já escreveu mais de 100 livros sobre os mais diversos assuntos, sempre com muita sapiência, técnica e delicadeza com a Igreja.
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