Acima vemos a foto do bispo Nestor-Désiré Nongo-Aziaga. Ele foi raptado e estava na beira de ser decapitado quando foi salvo por um dos terroristas muçulmanos.
Vejamos parte do relato do jornal The Catholic Herald:
O bispo da República Centro-Africana revelou que ele foi salvo de ser decapitado por muçulmanos em abril, após um deles intervir para salvá-lo.
O bispo Nestor-Désiré Nongo-Aziagbia de Bossangoa foi sequestrado junto com três sacerdotes pelo grupo militante Seleka e disseram que ele seria executado.
Ele descreveu o comandante, que interveio para parar a sua execução como sendo "um homem bom, com uma boa consciência".
O grupo Seleka, que é composta por muçulmanos, mas também mercenários do Chade e Sudão, tomaram o poder no país em março do ano passado, provocando uma onda de violência. Com o governo e exército incapazes de controlar o país, Seleka tem lutado contra uma milícia cristã, o Anti-Balaka, embora líderes religiosos insistem em dizer que o conflito não é sobre a fé.
O bispo Nongo-Aziagbia disse ao jornal The Catholic Herald: "Eu conhecia que as pessoas que me raptaram, e como eles me levaram para a sua base, deram-me os motivos por que foi sequestrado e eles me disseram o que iam fazer comigo, eles iriam me matar. Eu estava com três dos meus sacerdotes e a sensação que eu tinha era de culpa, não para mim, mas pelos meus sacerdotes que estavam dispostos a serem mortos."
"Graças a Deus, no caminho, um dos oficiais comandantes não concordou isso. Ele parou o carro que íamos e disse que seríamos liberados", disse o bispo. "O que eu entendi do que ele me disse foi que seu irmão mais velho era da cidade onde eu fui sequestrado e o irmão tinha ligado e disse-lhe para não nos fazer mal. Ele tinha uma boa consciência, e ouviu seu irmão mais velho."
Questionado sobre o que os fiéis da Grã-Bretanha poderiam fazer, o bispo disse: "Nós realmente confiamos em suas orações, suas orações vai sustentar-nos a não perder a esperança, as suas orações vão nos incentivar a continuar lutando por justiça. Para evitar o ódio e à vingança, e manter o Evangelho do amor que recebemos de Jesus Cristo. A maioria de nossa infra-estrutura religiosa foi completamente destruída - presbitérios, igrejas, clínicas, escolas. Estamos precisando de ajuda financeira para reconstruir essas estruturas."
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O bispo foi salvo porque um terrorista que aceitou o pedido de seu irmão. Ele, no entanto, deveria ter noção de que foi salvo por um capricho. A salvação dele não faz do terrorista uma pessoa santa, nem purifica os atos do Seleka. Descrever alguém que é terrorista como um "homem bom, de boa consciência", alguém que mata e destrói as estruturas da Igreja, é demais para mim. As palavras do bispo levam-me a pensar na síndrome de Estocolmo, quando alguém sequestrado tem compaixão pelo seu algoz e passar a defender os argumentos dele. Mais um pouco, se tivesse ficado mais dias preso, e talvez o bispo apresentasse esta síndrome. Mas devemos entender o estresse que ele e os sacerdotes passaram.
Rezemos pelo bispo, pelos sacerdotes e por todos aqueles que sofrem com o conflito na República Centro-Africana.
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