segunda-feira, 9 de março de 2020

Minha Análise sobre Definhamento do "Mercado" - Causas Momentâneas, Históricas e Sistêmicas


Mercado hoje desmorona, no momento que escrevo a Bovespa já teve circuit breaker (caiu abaixo de 10%).

Os critérios para explicar isso são momentâneos, sistêmicos e históricos:

Momentâneos:
  • Efeitos do Coronavirus sobre a segunda maior economia no mundo, que têm impacto sobre todas as economias que dependem da China (como Japão, Coreia, Vietnã, Alemanha e Brasil);
  • Efeitos do Coronavirus sobre a Itália e outros países europeus, em mortes e perdas da gigantesca economia do turismo (afetando inúmeras pessoas e companhias que vivem de turismo na Europa e no mundo);
  • Briga por tamanho do mercado do petróleo entre Rússia e Arábia Saudita, que derruba os preços do petróleo, e consequentemente as ações de companhias de petróleo (como a Petrobras)
Sistêmicos:
  • Ninguém sabe o que acontece na economia ou na política chinesa, nem os chineses, pois as informações são controladas. Qualquer análise que se faça  deve primeiro levar em consideração esse fato. Qualquer análise simplista está obviamente errada. Eu já tive reuniões com o governo chinês, não conheço nada pior em diplomacia, não se sabe o que está do outro lado da mesa;
  • Ninguém sabe direito o que é a doença do coronavirus. Não adianta falar que outras doenças matam mais. Há especialistas dizendo as coisas mais díspares no momento. Uns falam que é semelhante à gripe outros falam que é a pior epidemia que já viram. Se não se sabe o que é uma coisa, melhor se afastar;
  • O mercado financeiro há anos descolou da economia real. Há muito tempo a economia global vai muito mal, enquanto o mercado financeiro avança. Mercado financeiro virou há muito tempo simplesmente uma casa de apostas, com pouco apego à economia real. Neste sentido, há muito espaço para queda;
  • Sendo uma casa de apostas, assim como é a percepção sobre a economia chinesa, gritos e gemidos da China fazem os apostadores reagir; 
  • A produção de muitas multinacionais do mundo (economia real) é feita na China explorando a ditadura no que ela permite ser explorada, usar o povo chinês com salários baixíssimos.

Históricos
  • Globalização fez muitos países por inúmeras razões depender de um governo incontrolável e ditatorial;
  • A China foi invadida pelas potências ocidentais no final do século XIX, sofreu muito com diversos imperialismos ocidentais e japoneses. 
  • Mas a China matou milhões e milhões de seus próprios compatriotas na sua revolução cultural comunista. Em suma, o governo chinês tende a desprezar seu próprio povo. O povo não controla o governo;
  • A China continua matando milhões de seus compatriotas com a política de aborto e com suas leis ditatoriais;
  • A China entrou em guerra com ocidente de forma indireta na Coreia e no Vietnã. Se torna atualmente uma ameaça militar global. Neste sentido, uma doença catastrófica não devia estar nos planos do país, dizer que a China usa a doença para efeitos econômicos ou militares me soa repugnante e completamente equivocado;
  • O histórico de matança e sua ditadura não impediram e não impedem de governos ocidentais de bajularem a China, tudo em nome de se ganhar dinheiro ou de se manter no poder. Mas a China não é controlável por critérios cristãos, nunca foi. Nem o confucionismo, nem o comunismo suportam a crença cristã;
O mundo financeiro e político não vai acusar a China de nada, pois o dinheiro é o senhor do mundo. É preciso uma base moral fundamental para se criticar a China.

Neste momento, nem o Vaticano de Francisco deseja fazer essa parte de crítica moral, se esconde e até elogia a China.


2 comentários:

Horácio Ramalho disse...

Saudações. De fato, desde o fim dos padrões ouro do séc XIX e ouro-dólar estabelecido em Bretton Woods, somado com um pensamento liberal desprovido da moral, os agentes econômicos têm feito o que podem para garantir o lucro. Adicione a isso as políticas keynesianas de políticos que somente se importam com o poder, de maneira que sempre irão se intrometer nas trocas dos ofertantes e demandantes de bens e serviços. Mais ainda, este arranjo permite que metacapitalistas que odeiam concorrência conviverem com ditaduras como a chinesa. Pode-se observar isso mesmo no Brasil: aqueles do agronegócio nacional de dizem falsamente 'Deus acima de todos' não se importam com os sofrimentos dos nossos irmãos na fé que vivem na China. Agem como Judas Iscariotes, trocam a Cristo e nossos irmãos por bilhões de dólares. Ao menos para mim, tudo o que se pode lucrar com os comunistas, tem o mesmo valor de 30 moedas de Prata. Se o nome oficial de nosso país fosse aquele dado pelos nossos antepassados e nossa política externa baseada na fé, não importa quanto lucro seria possível auferir, a Terra de Santa Cruz jamais teria relações diplomáticas, comerciais, militares etc. com qualquer país que oprimisse nossos irmãos. Sobre a separação entre economia real e o mercado financeiro, creio que isto é possível porque os Estados permitem aos bancos se utilizarem de reservas fracionárias em suas operações. Com isto e com a proteção dos bancos centrais, fica aberto o caminho para que instituições financeiras dominem e aumantem o abismo entre a economia real e o mercado financeiro. Sobre a China comunista, seus líderes são velhos conhecidos nossos; homens de carne e sangue que acreditam serem deuses. Acreditam em religiões, ideologias e filosofias das mais variadas: meras ferramentas do demônio, o antigo inimigo, que não pode se apresentar como de fato o é. Assim, usa dessas ideias para arrebanhar seguidores, os pecadores caídos em todas as épocas. Mas quando confrontados pela Verdade, a verdadeira e irrefutável fé que é nosso maior tesouro, o que lhes sobra é perseguir e tentar destruí-la. Buscam matar os mensageiros e dispersar o rebanho. Mas não importa, pois seus esforços são inúteis e sua glória vã e passageira. A China comunista não é indispensável, não é indestrutível. E com certeza, não é invencível. Já os metacapitalistas, são como o homem tolo da parábola, que se admirava dos seus celeiros cheios de grãos e bens e imaginava que poderia aproveitar o resto do tempo. Mal sabia ele que na mesma noite perderia a vida. O comunistas, os gananciosos globalistas, os inimigos da Verdade Revelada, todos irão pagar, pois com a medida que medem, eles também serão medidos. E sua riqueza e poder temporais não irão salvá-los do Supremo Juiz, Nosso Senhor Jesus Cristo.

Pedro Erik Carneiro disse...

Obrigado, Horácio. Excelente comentário.
Sim, economia sem moral é a destruição da própria economia.

Abraço