quinta-feira, 20 de outubro de 2022

A Economia do Familiarismo



No meu livro Ética Católica para Economia, eu defendo uma abordagem católica que chamei de Familiarismo, em que o governo deve centrar suas políticas na defesa da família. Isso tem impacto na elaboração de praticamente todas as decisões políticas, sociais, econômicas e legais. A destruição da família, seja por divórcio, ideologia de gênero ou aborto, não é só um desastre particular, é uma hecatombe para sociedade em inúmeros sentidos e em todos os setores da vida humana. Mais detalhes no livro.

Hoje, li um artigo que mostrou o gráfico acima que mostra  as famílias do Reino Unido gastam um terço de sua renda com creches integrais para seus filhos. Na Noruega, um país caríssimo para qualquer coisa (quando for lá tente comprar um imã de geladeira e verá), as famílias só gastam 8% da renda.  O governo da Noruega, seguramente, financia as famílias em seus custos. Deveria ser criado um índice de apoio às famílias por países. Não é só uma questão de gastos com creches.

O que o custo elevado incentiva? abortos, divórcios.... 

O que ocorre no Brasil? Em que, diferente do Reino Unido, as famílias pobres moram mal e se sujeitam a péssimas creches e escolas (que não possuem tem integral), e em que as famílias de classe média gastam fortunas com empregadas domésticas, impostos, e escolas privadas também de baixa qualidade, especialmente no aspecto moral?

Claro que a questão familiar não é uma questão de governo principalmente. É uma questão ética pessoal. Como disse Cristo: nada do que vem de fora destrói o homem, apenas o que sai do coração do homem. Mas um governo que despreza as família em sua estrutura de gastos e de financiamento investe na destruição de seu país.

Vou traduzir aqui o que diz o artigo.

Famílias irlandesas e britânicas gastam um terço de sua renda em cuidados infantis

O Reino Unido e a Irlanda têm alguns dos maiores custos com cuidados infantis no mundo desenvolvido.

Como Anna Fleck da Statista detalha abaixo, de acordo com dados da OCDE, o casal trabalhador médio na Irlanda e no Reino Unido gasta cerca de um terço de sua renda em babás e creches.

Isso é cerca de três vezes mais do que os pais em Luxemburgo, Espanha e Noruega.

Os custos com creches em Chipre e na República Tcheca também são altos, com as famílias obrigadas a gastar, em média, pelo menos 31 e 29 por cento de sua renda, respectivamente, em cuidados em tempo integral para seus filhos.

Nos Estados Unidos, os custos são um pouco menores (cerca de um quinto do salário de um casal).

Vale ressaltar, no entanto, que em países onde as regras de benefícios não são decididas em nível nacional, mas sim por região ou município, os analistas obtiveram dados que se referem a um caso “típico”, por exemplo, na capital.

Este gráfico é baseado nos dados de casais de 40 anos que ganham um salário médio em tempo integral, com dois filhos de 2 e 3 anos.

Ele leva em consideração os salários após a dedução dos benefícios de assistência à infância - sejam eles subsídios de assistência à infância, benefícios fiscais, descontos de taxas e aumentos em outros direitos a benefícios.

À medida que os salários estagnam e o custo de vida aumenta, os altos preços das creches estão colocando as famílias sob crescente pressão financeira.



7 comentários:

Anônimo disse...

Olá amigo!
É realmente difícil encontrar uma pessoa de confiança que queira trabalhar meio período em uma casa em que há crianças. Por isso o apoio entre os próprios familiares é fundamental para a educação das crianças.
Obrigado pelo post.
Abraço,
Gustavo.

Pedro Erik Carneiro disse...

Exato, meu amigo. Mas não apenas uma pessoa de confiança. Precisa ser alguém que não deixe as crianças de frente a TV aprendendo coisas erradas nem usando celular.

O "mercado: tirou o pai e a mãe de casa e os filhos na melhor das hipóteses estão entregues a pessoas de confiança.

Abraço

Anônimo disse...

Resultado dessa pressão financeira e estilo de vida contemporâneo.
Mas é importante ponderar: embora muitas mães geralmente ficassem em casa antigamente, muitíssimas outras tinham que trabalhar na lavoura para ajudar a sustentar a família.
Repare no filme sobre a vida de Santa Maria Goretti: foi durante o momento em que os pais dela estavam na lavoura trabalhando que ela foi atacada em casa.
E há muitos outros exemplos como esse.
O mais legal é se conseguíssemos fazer como a família de Santa Teresinha: o pai trabalhava fora, mas a mãe era empresária em casa! Família visionária!!! rs
Abraços,
Gustavo.

Pedro Erik Carneiro disse...

Não acredito que este seja o ideal, meu amigo. O foco deve ser os filhos. Minha doutrins não defende que o passado era perfeito. Nunca houve nem haverá perfeição.

Acredito que os filhos devem ser prioridade não apenas para os pais, mas para as empresas e o Estado. Com isso tudo muda em termos salariais, por exemplo.

Abraço

Anônimo disse...

Perdoe-me, mas não entendi.
Quando os pais se sacrificam para sustentar a família, estão priorizando os filhos. Os exemplos que citei apenas mostram que o foco são os filhos. É assim que tento fazer com meus filhos e o que vi desde meus avós.
E no meio de tudo isso, graças a Deus consigo ensinar as verdades da Fé a meus pequenos.
Se o sr. puder, me diga como empresas e Estado poderiam priorizar a família.
Obrigado pelo debate.
Gustavo.

Pedro Erik Carneiro disse...

Bom, meu amigo, é simples. Começando pelo Estado é simples. Aqui o Estado inclui os três poderes e entes subnacionais. As leis que o Estado estabelece devem ter o sentido de proteger a família em termos materiais e sociais. A empresa pode apoiar essa posição familarista do Estado no modo como lida com seus funcionários. Não apenas em termos salariais. A Empresa não deve ser obrigada a fazer nada. Mas pode colaborar de forma essencial.

Abraço,
Pedro Erik

Anônimo disse...

Vou estudar mais sobre o assunto, mas desde já agradeço sua atenção.
Obrigado!
Gustavo.