quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Francisco sobre Afeganistão: Erra Merkel e Erra Putin

Devemos sempre ter muito cuidado em analisar uma pessoa por meio de citação de uma frase. Esse erro é muito comum com Nietzsche, que escrevia em aforismo.  Algumas frases de Nietzsche podem levar alguém a considerá-lo um conservador cristão, ou um budista, ou um coach de liderança. 

Francisco ontem foi comentar sobre Afeganistão. Daí resolveu elogiar Merkel. Não sei o porquê. Não tem nada ver com o assunto. Acho que Francisco queria elogiar Merkel porque ele gosta dela por conta de outro fatores. Talvez porque Merkel recebe muitos imigrantes muçulmanos.

Daí ele disse que ia citar uma frase dela.  

Acontece que a frase foi dita pelo ditador Vladimir Putin.

Eis a frase:

"É necessário parar a política irresponsável de impor seus próprios valores aos outros e tentar construir a democracia em outros países com base em modelos externos, sem levar em conta questões históricas, étnicas e religiosas e ignorando totalmente as tradições de outras pessoas".

Bom, se a história tivesse seguido isso não teríamos tido Império Romano, difusão da cultura grega pelos gregos, ou América católica.

Além disso, o Talibã, ISIS. Al Qaeda ou Irã não vão deixar de tentar "impor seus próprios valores" e de tentar destruir a democracia e as religiões cristãs e judias no mundo.

Sem falar, que Putin invadiu a Ucrânia e está até agora.

Ah, e outra coisa. Merkel quer sim impor os valores ocidentais no Afeganistão.

Ela disse: "vimos que milhões de meninas gostavam de ir à escola e que as mulheres podiam participar. Há muitos no Afeganistão que estão muito, muito insatisfeitos com os desenvolvimentos agora [com a volta do Talibã]".

É isso. Por que eu continuo analisando as palavras de Francisco? São sempre tão juvenis. Sei lá, porque ele é o papa? Será? 

Imagino um conversa dele com Biden e Trudeau e o Talibã.

Quem vai o impor os valores?



Um comentário:

Isac disse...

Num diálogo com Trudeau e Macron poderia se entenderem bem - estariam no mesmo barco - porém, com o Talibã, dependerá de que tipo de política adotaria doravante contra seus beligerantes.