sábado, 3 de outubro de 2020

Pio XII e Hitler - Francisco e Xi Jinping



O site Stilum Curiae fez uma muito interessante comparação: Papa Pio XII e Hitler vs Francisco e Xi Jinping.

Pio XI (antecessor de Pio XII) fez uma concordata com Hitler em 1933, primeiro ano de governo de Hitler, quando ele não era ainda o genocida que ele se tornaria. A concordata visava proteger os bens da Igreja do nazismo na Alemanha. Em todo caso, finda a Segunda Guerra mundial, a propaganda comunista acusou Pio XII (que participou da preparação e da assinatura da concordata como cardeal Eugenio Pacelli) de ser nazista. Até hoje se propaga essa mentira comunista.

No meu livro sobre Guerra Justa, eu conto como Pio XII, pelo contrário, chegou até a participar de forma discreta de um complô para assassinato de Hitler, junto com generais alemães e membros do serviço secreto alemão, que deploravam Hitler.  Pio XII foi bem mais ativo contra o regime nazista do que o silêncio nas encíclicas dele transparece.

Mas hoje me deparo com uma comparação entre o injustiçado Pio XII e Francisco no site Stilum Curiae. É um "pequeno jogo de imaginação". Imaginemos que Pio XII tivesse feito com Hitler o que Francisco faz com a China.

Aqui vai tradução de parte do texto do Stilum Curiae:

"Ainda hoje - e há muitos anos assim - a concordata de 1933, assinada pelo Papa Pio XI, que deixou Roma para não estar na capital quando Hitler chegasse (isso te lembra algo, mutatis mutandis?) foi descrito de forma distorcida como o apoio da Igreja ao Reich nazista; e naturalmente Eugenio Pacelli (Pio XII) foi culpado por isso - porque essa interpretação foi e é propaganda comunista.

1933: o regime nazista apenas começava a mostrar sua cara; ainda não havia campos de extermínio nem invasões de nações vizinhas.

Vamos jogar um pequeno jogo de imaginação.

Imaginemos que Pio XI, a conselho de Mons. Eugenio Pacelli houvesse assinado - em vez de uma concordata - um acordo secreto com Adolf Hitler, permitindo que os Camisas Marrons e a Juventude Hitlerista e aqueles cavalheiros simpáticos que usavam a suástica - e talvez uma bela associação chamada Igreja Patriótica Nacional Alemã - pudessem participar na escolha dos bispos e propô-los.

E se, nesse ínterim, com este acordo secreto totalmente operacional, o Reich estivesse prendendo e torturando bispos e padres recalcitrantes, destruindo locais de culto e derrubando cruzes cristãs?

Você pode imaginar os gritos e gritos de protesto de adultos católicos, de "adoradores da ideia de diálogo", de "Construtores de Pontes"? E a execração eterna que viria sobre os prelados que fizeram isso?

Calma - este foi apenas um jogo de imaginação!

Não é possível que a Igreja de Roma, fundada na Rocha de Pedro, faça acordos secretos com uma das piores ditaduras que já existiram, que detém milhões de pessoas - Agora mesmo! Agora mesmo! - em campos de reeducação para dissidentes, em verdadeiros e próprios campos de concentração, que pratica o genocídio cultural num país que ocupou - o Tibete - e que espezinha a liberdade de religião e expressão em todos os sentidos, para não falar do resto.

Mas por que o acordo é secreto? O que eles ainda poderiam estar escondendo?

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O que os livros de "história" contam sobre Pio XII e o que contarão de Francisco?


8 comentários:

Adilson disse...

O titulo da postagem me tirou umas boas gargalhadas!!! Eh eh eh!!! E a parte que me fez rir é o fato de que Francisco é um autêntico, verdadeiro e real caso de amizade entre um papa e um ditador sanguinário, mas o mundo não tá nem aí.

E, então? Será que o vigarista John Cornwell não vai escrever algum livro com o título tipo "o ditador do papa"? Se ele o fizesse hoje, não cairia no rídiculo, pois certamente faria um trabalho sério, sem falar no fato de que, ao contrário do que fez contra Pio XII, ele teria abundante e fácil fonte literária de boa qualidade. Mas acho que Cornwell não é o tipo de sujeito comprometido com a verdade.

É tenebroso, e até muito suspeito, a grande mídia silenciar sobre essa relação de Francisco, ao contrário do que foi feito contra Pio XII.

Isac disse...

PIO XII, O PAPA DE HITLER" foi o nome do filme que denegriu ao extremo o papa Pio XII, posteriormente denunciado por Mihail Pacepa, Bella Dodd e outros ex comunistas!
Ele é considerado o mais caluniado de todos, foi pela famigerada KGB ocorrido esse catastrófico caso!
Já os inescrupulosos e cristianófobos comunistas valem-se de todos os meios, sem critérios quaisquer para alcançarem seus pérfidos objetivos, disso sabemos, temos certeza!
Já o papa Francisco, ao inverso, seria o queridinho das sórdidas e carrascas esquerdas dos globalistas-NOM - explicado por não ser vilizado!

Rafael Pauli disse...

Olá caríssimo Pedro,

Alguma notícia sobre a nova Encíclica? Até o momento não vi nenhum canal católico se aprofundando sobre ela, sei que são 123 páginas mas apenas em espanhol até a noite desse sábado, nem em seus canais oficiais.

Coincidentemente, dias atrás falamos do uso de São Francisco de Assis por conta do nome. Hoje vi que tal encíclica foi assinada justamente em cima do túmulo do santo.

Sobre a China, o Cardeal Parolin falou hoje inclusive, citando também Pio XII que teria buscado diálogo com a China.

https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2020-10/parolin-santa-se-acordo-provisorio-china-buscado-ultimos-papas.html

Mas entre diálogo e acordos obscuros, a diferença é muito grande.

Um abraço,

Rafael Pauli

Pedro Erik Carneiro disse...

Meu amigo, hoje eu li coisas terríveis que foram escritas na nova encíclica. Ainda não tive coragem de ler. Um amigo me mandou alguns trechos e vi alguns destaques em sites.

Mas não li.

123 páginas!

A outra encíclica laudato si já foi e imensa e cheia de contradição e erros teológicos. Eu fiz analise dela no meu livro de ética católica para economia. Foi penoso a leitura, de baixa qualidade, infelizmente.

Abraço
Pedro Erik

Kauê disse...

PARTE 1
Prezado Pedro Erik, considero oportuno demonstrar que tal comparação já tinha sido feita antes por um estudioso da China, sendo que acho que suas observações também são proveitosas.Eis o texto abaixo:
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Medo do Acordo Sino-Vaticano: relembre a história da Igreja com Hitler
por Li Ruohan *

Depois da assinatura do acordo, a situação da Igreja na China piorou cada vez mais. A concordata com a Alemanha nazista em 1933 deu liberdade à Igreja por alguns meses. Em seguida, os crucifixos foram removidos das escolas; As associações católicas voltaram ao partido nazista; obrigação de todos estudar o nazismo. Fritz Stern: A Concordata com a Santa Sé aumentou a respeitabilidade de Hitler na Alemanha e no exterior.

Várias vozes - incluindo a do Secretário de Estado do Vaticano - dizem que o acordo sino-vaticano deve ser renovado. O acordo foi assinado em setembro de 2018 e expira em setembro deste ano. Algumas personalidades do Vaticano afirmam que o objetivo do acordo é promover a unificação da Igreja na China e a melhoria da vida da Igreja clandestina. Infelizmente, logo após a assinatura, a situação da Igreja na China piorou cada vez mais. A campanha para demolir as cruzes não parou e os jovens com menos de 18 anos estão proibidos de entrar na Igreja. Todas essas ações fazem parte de uma política de perseguição.

Este acordo sino-vaticano me lembra, em alguns aspectos, o acordo que a Alemanha nazista fez com a Santa Sé.

Após a unificação da Alemanha na década de 1870, os católicos alemães tornaram-se uma minoria em uma nação com maioria protestante. Os fiéis eram freqüentemente acusados ​​de não serem verdadeiros alemães porque aceitavam a autoridade de Roma.

O chanceler Otto Von Bismarck deu início à batalha cultural ( Kulturkampf ) contra a Igreja Católica na Alemanha. Seu governo fechou igrejas, mosteiros e expulsou o clero. No mesmo período, os católicos alemães fundaram o Partido Católico Central, recebendo o apoio da Igreja. Por fim, ao lutar contra Bismarck, a Igreja conseguiu proteger seus interesses. Em seguida, a Santa Sé assinou alguns acordos com vários governos locais (Prússia, Baviera, Baden) durante a República de Weimar (1918-1933). Em todo caso, a Santa Sé teria gostado de assinar um acordo nacional com o governo central alemão.

Nas eleições gerais de 1933, Adolf Hitler, líder do partido nazista, torna-se o novo chanceler. Hitler achava que seu governo não era muito estável e precisava de uma aliança com o Partido Central Católico. E então ele convidou Franz Von Papen, chefe do partido católico, para se tornar o vice-chanceler do governo nazista.

A maioria dos fiéis católicos não tinham uma impressão favorável do partido nazista. Para mudar essa atitude negativa, Hitler dá um mandato a Franz von Papen para iniciar negociações com a Santa Sé para uma concordata.

O Secretário de Estado Eugenio Pacelli (futuro Papa Pio XII) e o Papa Pio XI também estão interessados ​​em chegar a um acordo com a Alemanha nazista. Nesse contexto, em 20 de julho de 1933, o Vaticano e a Alemanha nazista assinaram a concordata.

Kauê disse...

PARTE 2

De acordo com este acordo, a Igreja Católica concordou em não ir contra as teorias políticas e sociais do Partido Nazista. Por seu lado, o governo alemão garantiu a liberdade de profissão e prática pública da religião católica, confirmando o direito da Santa Sé de nomear um núncio em Berlim e de o governo alemão ter um embaixador em Roma. Os bispos alemães tiveram que jurar fidelidade à nação.

A concordata protegia a liberdade das ordens religiosas e seu compromisso caritativo, pastoral e educativo. As propriedades da Igreja Católica também são protegidas pela lei alemã. Além disso, a Igreja tinha o direito de fundar colégios teológicos para a educação de padres e manter faculdades acadêmicas católicas nas universidades estaduais.

Por melhor que fosse esse acordo, o problema era sua implementação. Seis meses após o acordo, as associações de jovens católicos - com todas as outras associações - foram forçadas a aderir à associação de jovens nazistas; o crucifixo foi banido das escolas e os filhos de famílias católicas foram forçados - como todo mundo - a estudar em escolas nazistas aprovadas. Mais de cem padres foram presos por criticar o nazismo.

Em 1937, Pio XI publicou sua encíclica “Mit brennender Sorge”, que condenava as violações da concordata. E embora Pio XI denuncie a perseguição do partido nazista, o estrago já estava feito.

A concordata não pode ser alterada para melhorar a situação dos católicos na Alemanha nazista. Em vez disso, esse acordo enganou os fiéis, levando-os a aceitar o domínio nazista na Alemanha, enfraquecendo a autoridade da Santa Sé e levando muitos a pensar que a Santa Sé era aliada da Alemanha nazista.

O historiador Fritz Stern disse: “Hitler tinha mais de um motivo para estar satisfeito. A concordata foi seu primeiro acordo internacional, o que aumentou sua respeitabilidade na Alemanha e no exterior. Uma grande autoridade moral confiou em suas palavras ” [1] .

A história se repete hoje com a China e por isso não devemos esquecer a lição da Alemanha nazista, para não causar outra tragédia.

Que não aconteça que em nome do amor e da unificação [da Igreja na China] haja um campo de tortura e assassinato da Igreja na China.

* Li Ruohan (um pseudônimo), é um estudioso do norte da China.



[1] Fritz Stern, Dreams and Delusions: The Drama of German History (New Haven: Yale University Press, 1999), 169.

Fonte: http://www.asianews.it/notizie-it/Paura-per-l%E2%80%99Accordo-sino-vaticano:-ricorda-la-storia-della-Chiesa-con-Hitler-51050.html

Pedro Erik Carneiro disse...

Obrigado, caríssimo Kaue.

Grande abraço

Horácio Ramalho disse...

Saudações. Sei que não sou um conhecedor profundo das Sagradas Escrituras, Tradição e Magistério. Reconheço a minha indignidade por nãoser completamente atento à sã doutrina, mas quando um pecador como eu fica incomodado com as palavras e ações de padres, bispos e até do Papa, é porque algo muito errado está acontecendo. Não entra em minha cabeça que alguém se coloque a negociar um acordo com a China comunista e enxergue este país como mais um Estado-nação nos moldes ocidentais: democracia e economia de mercado (mas na realidade, nenhuma existe plenamente no Ocidente, só que pelo bem do argumento, pensemos que sim). A China é uma ditadura coletivista pautada por uma ideologia demoníaca e fracassada que busca controlar tudo, literalmente, TUDO o que possa ser visto como um auxílio para manter a sua existência e destruir TUDO o que seja uma ameaça a este controle. Quando o Sumo Pontífice faz um acordo com um país desse tipo, não me convenço de que haja algum benefício intrínseco para o povo de Deus e Sua Igreja, nem que o Papa seja ingênuo acerca do que se passa com nossos irmãos chineses nem o que o governo comunista tem feito com eles. Portanto, só posso concluir que o Papa não está agindo de acordo com o Espírito Santo, mas com a carne e o sangue. Ele está se guiando por uma visão ideológica cega e que não aceita o contrário. Age com uma arrogância sem medida e não aceita que suas decisões, religiosas e políticas estejam erradas. Deus me perdoe por escrever isso. E sei que o Papa não pode ser julgado por ninguém, a não ser Deus, mas pergunto: sendo Nosso Senhor Jesus Cristo a fonte de todo o amor, caridade, justiça, direito e bem, Ele endossaria um ato de um sacerdote Seu que vá contra as Escrituras, a Tradição e o Magistério? Ele endossaria um ato que coloque Sua Igreja sob o domínio de um poder laico, ainda por cima amparado por uma ideologia demoníaca, como o socialismo ou a maçonaria? Ele endossaria algum ato desses que colocasse em risco a fé é a vida de um dos Seus pequeninos? Um acordo com os perseguidores da Igreja e o silêncio contra as calúnias e ela sofre? Portanto, na memória de São Francisco de Assis, digo que o Papa Francisco se desviou da Verdade. E digo isso sem a menor alegria. Devemos então rezar a Deus e a Augusta Rainha dos Anjos para converter o Papa e todos os sacerdotes pecadores e resistir às ordens e comandos daqueles que agem contra a Sã Doutrina Católica. Ou estou errado?