sábado, 18 de janeiro de 2020

De Mattei: A Culpa é de Bento XVI


Ótimo ver que tenho a excelente companhia de Roberto de Mattei, para considerar que a extrema bagunça na Igreja que vivemos deve-se inicialmente a Bento XVI, que provocou e continua provocando (por conta de suas reações) a desgraça de termos dois papas (que se atacam por vias indiretas, rasteiras, enquanto mostram reverência de um para o outro em público)

Claro que Bento XVI reage a erros heréticos de Francisco e isso, de certo ponto, é muito importante, mas foi ele que abandonou o barco e abriu as portas para a turma de Bergoglio. Ele não é inocente e sabe disso.

Vejamos o texto de Roberto de Mattei, publicado no Rorate Caeli. Traduzo em parte, leiam todo no link.

De Mattei: A verdadeira bagunça é a coabitação de 2 papas

Roberto de Mattei, 15 janeiro de 2020.

A última controvérsia, que surgiu logo após a publicação do livro sobre o sacerdócio pelo cardeal Sarah e Bento XVI, deixa clara a lamentável confusão que a Igreja está enfrentando hoje.

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Uma verdadeira "bagunça", cuja responsabilidade parece recair sobre o colaborador do cardeal, Nicholas Diat, que provavelmente enfatizou mais a iniciativa do que deveria, mas recai especialmente sobre o monsenhor Gänswein, que sem dúvida cedeu à pressão daqueles que queriam neutralizar o conteúdo do livro com o objetivo de desqualificar o cardeal da Guiné, indevidamente descrito como um "ultra-conservador".

Dessa situação, surge, no entanto, uma bagunça muito maior, que é a da coabitação não natural de dois papas no Vaticano, sobretudo quando um deles, Bento XVI, depois de renunciar ao papado, mantém o nome, continua a usar branco, transmite sua Bênção Apostólica que somente o Papa deve fazer e mais uma vez quebra seu silêncio que ele prometeu manter renunciando. Em suma, ele se considera papa, mesmo que "emérito".

Esta situação é consequência de um grave erro teológico do cardeal Ratzinger. Ao manter o título de Papa emérito, como acontece com os bispos, ele parece acreditar que a ascensão ao papado imprime uma marca indelével semelhante à do sacerdócio. Na realidade, os graus sacramentais do sacerdócio são apenas três: o diaconado, o sacerdócio e o episcopado. O papado pertence a outra hierarquia da Igreja, a jurisdicional ou a governamental, na qual é o ápice. Quando um Papa é eleito, ele recebe o cargo de jurisdição suprema, não um sacramento com uma marca indelével.

O sacerdócio não pode nem ser perdido pela morte, porque subsiste "in aternum". O papado, por outro lado, pode se perder, não apenas pela morte, mas também no caso de renúncia voluntária ou de heresia manifesta e notória. Se ele renuncia ao pontificado, o papa deixa de ser assim: ele não tem o direito de vestir branco nem de transmitir a Bênção Apostólica. Ele, do ponto de vista canônico, não é mais um cardeal, mas volta a ser um simples bispo. A menos que sua renúncia seja inválida: mas isso, no caso de Bento XVI, deve ser comprovado. Efetivamente, o título de papa hoje está sendo dado a Francisco e a Bento, mas um é certamente abusivo, pois apenas um [homem] pode ser papa na Igreja.

A história da Igreja viu papas e anti-papas que lutaram entre si, mas cada um excomungou o outro e o esclarecimento impôs escolhas, como aconteceu no cisma do Ocidente, quando toda a cristandade se viu excomungada por um papa ou outro e os fiéis foram forçados a tomar uma posição. O que nunca aconteceu é que dois papas se reconhecem como legítimos e manifestam respeito e reverência recíprocos, além da luta que ocorre nos bastidores por meio de terceiros. Qualquer tentativa de colocá-los publicamente uns contra os outros é uma empresa improvável, contradita por fatos e fadada ao fracasso.

O que acontecerá quando o processo de liquidação do celibato eclesiástico, iniciado oficialmente pelo Sínodo da Amazônia, for impulsionado pelo "caminho sinodal" da Conferência Episcopal Alemã? E o que Bento XVI dirá diante do "caminho" de seus confrades alemães, que disseram que querem "valor obrigatório" dado às suas decisões na Alemanha? Por sua parte, o cardeal Sarah confirmará sua “obediência filial ao Papa Francisco” manifestada em seu comunicado de imprensa em 14 de janeiro ou unirá sua voz aos cardeais que pretendem resistir à auto-demolição da Igreja, seguindo o ensinamento apostólico “ devemos obedecer a Deus em vez de aos homens ”(Atos, 5 v.29)? É hora de clareza, não confusão.


4 comentários:

Wadson disse...


Espero que eles falem mais, briguem mais, e faça como os políticos "vossa excelência é uma canalha". Quem sabe assim temos uma notícia boa para os fieis católicos, já tá uma bagunça mesmo.

Pedro Erik Carneiro disse...

Boa, Wadson. Realmente, uma guerra aberta é muito melhor. Faz com que os lados e todos identifiquem os inimigos.

Abraço

Anônimo disse...

Discordo dele, a culpa dessas aberrações é tão somente do concílio Vaticano II. Foi esse conciliabulo herege modernista que criou essa falsa igreja que é um verdadeiro eclipse que tapa a verdadeira Igreja, a Santa Igreja Católica!

Unknown disse...

A partir de tudo que Bergolio vem fazendo, eu desconfio que ele tem acordos com entidades globalistas... Pô!!! Quando eu o vi ordenando que os católicos devem obedecer a ONU ao mesmo tempo em que ele mesmo incentiva a confusão dentro da Igreja, eu conclui: que tipo de papa teria tal atitude insana a ponto de induzir a Igreja a obedecer uma organização poderosa que defende e financia abortos e tem líderes políticos sanguinários sentados em cadeiras importantes?
Será Bergolio um anticristo??? Esse homem já ultrapassou todos os limites... Só falta ele ter coragem suficiente e dizer para o mundo que Nosso Senhor não é Deus.