segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Eleições no Brasil, Cafarnaum e Sodoma

Os resultados das eleições para prefeito no Brasil foram um "bota fora" para Bolsonaro e Lula. Aqui e acolá, vejo gente falando em fraude das urnas eletrônicas e querendo a volta das eleições em papel porque não se conforma com o resultado.

Mas não tinha fraude com eleições em papel no Brasil? Sim, muita, demais. O Brasil, desde o Império, tem um imenso histórico de fraude.

Outros comparam com as eleições nos Estados Unidos, onde se vota das mais diversas formas: eleitores muitas vezes não precisam comprovar identidade; os estados, por vezes, aceitam votos depois do dia da eleição; as pessoas com pouca identificação podem votar pelos correios; e as urnas eletrônicas são on line o que facilita muito a fraude (as urnas brasileiras são como os computadores da CIA, trabalham off line).

Além disso, o Brasil é federal em termos eleitorais (a lei é federal e não estadual) e o voto é obrigatório. Nos Estados Unidos, o voto é facultativo e a lei é estadual,  o que torna a eleição um verdadeiro caos e extremamente difícil de corrigir).

Em suma, fraude no Brasil é bem mais difícil, somos primeiro mundo  nisso. 

Por outro lado, eu entendendo que fraudes podem ocorrer até dentro lei. Por exemplo, quando o povo não tem formação básica para entender o mínimo de política (o que faz um presidente, um deputado, um senador, um juiz da suprema corte) ou de moral (o que é o certo e o errado e por que deve-se seugir o certo), e ainda se vive de forma muito carente, toda eleição é uma fraude.

Não gosto do voto obrigatório brasileiro. Mas por outro lado, entendo que o voto facultativo facilita a esquerda. Por que? Porque multidão tende para a esquerda. É mais difícil ser e agir como conservador. Quanto mais votos se conta mais se tende para a esquerda.

Também não gosto do método: cada pessoa, um voto. Acho burro. Pelas mesmas razões acima, quem deve decidir são aqueles que tem um mínimo razoável de entendimento de política e moral. Por isso acho que mesmo que Biden tenha ganhado no voto de Trump, seguramente foi uma fraude, pois esse ano a percentagem de eleitores foram de nível de ditadura em alguns estados, altíssima, e estridentemente em favor de Biden, só de Biden.  Os votos foram só com o nome dele, desacompanhados de voto para deputado ou senador do partido dele. O que sinaliza que quem votou não sabia bem o que estava ocorrendo. Acho que o poder financeiro chegou em gente que nunca votou e disse: "você gosta do Trump?". Quem não entende nada de política e de moral, e segue apenas a mídia, normalmente, dirá que não. E aí, deram um voto para a pessoa votar em Biden. A mesma coisa aconteceria no Brasil, onde até gente com pós-doutorado não sabe explicar por que se vota em Trump.

A educação do povo é a solução? Depende do que você chama de educação. Rémi Brague distinguiu educação de instrução. Hoje em dia no máximo se tem instrução, e nada de educação. Não se ensina a ser gente, se ensina "para o mercado", caso se não se ensine revoluções contra a própria existência do ser humano.

Eu entendo Platão, Aristóteles ou mesmo Jeremy Bentham que não gostavam muito de democracia. Eu acredito no pecado original, e o método "uma pessoa, uma voto", facilita este pecado.

Por outro lado, não me peçam um sugestão de método. Eu acredito no pecado, não acredito em sistemas.

Acho que Bolsonaro é a maior fraude eleitoral que o Brasil já teve. Deu aos conservadores uma esperança totalmente jogada no lixo em poucos meses. Lula não foi uma fraude no poder, foi um erro grosseiro mesmo.

Para onde vamos? Não temos opções por enquanto.

E nosso caso brasileiro é bem ruim se pensarmos nas palavras de Cristo.

Poucas vezes Cristo falou em termos de comunidade, de sociedade de pessoas. Mas ele destacou algumas sociedades em Mateus 11:21-25.

Em Mateus 11:24-25, Ele disse:

"E tu, Cafarnaum, serás elevada até o céu? Não! Serás atirada até o inferno! Porque, se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos dentro dos teus muros, subsistiria até este dia. "Por isso, te digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Sodoma do que para ti!”.

Quer dizer, Cafarnaum viu Cristo, viu seus milagres. Sodoma, que foi totalmente destruída, não viu. Cristo disse que Sodoma teria se corrigido se tivesse visto.

Nós, brasileiros, fazemos parte do país que tem mais católicos no mundo. Imagens de Cristo e Nossa Senhora estão nas nossas ruas e praças. 

Mas o que andamos fazendo com nossa fé? Isso tem impacto na política. Bolsonaro é católico mesmo? Lula é católico mesmo? Ou são tipo os católicos Biden e John Kennedy? 

Os nossos políticos saem de nosso povo, são eleitos por eles. Não são diferente do que se vê nas ruas.


3 comentários:

Isac disse...

RESUMINDO:
Quem está postado no poder é o mesmo cá de baixo, incidindo nos mesmíssimos relativismos, alienações e más inclinações!
Então, serem oportunistas para lesarem... ou quando não capachos das esquerdas, o que mais notamos!

Adilson disse...

A segunda parte do versículo citado é interessante:

"...Porque, se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos dentro dos teus muros, subsistiria até este dia".

Não sou teólogo, mas vejamos: as palavras do Senhor sugere que se aquela geração tivesse alcançado a vinda dEle, ser arrependeria, e também (acho) que Ele aponta para o estado da alma dos piores pecadores que podem ser salvos diante uma verdade clara e evidente.

Dr. Pedro, eis suas palavras:

"Os nossos políticos saem de nosso povo, são eleitos por eles. Não são diferente do que se ver nas ruas."

Acho que nossa sociedade também reflete o terrível estado do catolicismo no Brasil, mas isso não justifica que homens como Bolsonaro não se interesse em conhecer a Tradição da Igreja e guiar sua vida por ela, independente da miséria da nossa sociedade.

Bolsonaro viveu uma vida de busca pelo conhecimento e formação moral além dos muros de instituições militares, cuja base "moral" são meros manuais administrativos e disciplinares que só servem pra manter uma hierarquia mecânica, sem espiritualidade? Não! Ele se diz católico, mas certamente desconhece Santo Afonso ou Conde de Segur, e certamente NUNCA se interessou e conhecer, mesmo tendo dinheiro e boas condições para isso. Aqui está uma perfeita semelhança com Lula.

Eu mesmo vivi sob uma mentalidade esquerdistas pois nela vivi e só por milagre escapei: graças à Religião Católica. E não foi fácil, e ainda não. É preciso rezar e participar dos sacramentos que me é possível. Rezando especialmente o Rosário numa vida de repetição constante é que pude me libertar e conhecer um caminho de formação moral elevado. Mas conheci isso já após os quarenta e tantos anos. E não é difícil: é preciso ser violento conosco mesmo, combatendo os vícios e nossas próprias mazelas.

Os resultados das eleições deste ano apontam para algo possível: Bolsonaro poderá ser derrotado, pois o povo que o elegeu também o abandonará. Toda a base de apoio dele e sua militância de apoio tem algo em comum: desprezam o o Catolicismo enquanto uma realidade espiritual e histórica.

Que Deus nos ajude.

Anônimo disse...

Resposta ao penúltimo parágrafo do texto:

“All the civil governments will have one and the same plan, which will be to abolish and do away with every religious principal to make way for materialism, atheism, spiritualism and vice of all kinds. Our Lady of La Salette 19 Sept. 1846 (Published by Mélanie 1879)