segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Libertarianismo e a Ditadura das Big Tech

Recentemente, eu vi um professor de economia libertariano (aquele tipo que só escreve sobre déficit público, condena tudo que é governo, exalta o setor privado, sendo ele um funcionário público) tendo que analisar a ações ditatoriais do twitter e do Facebook contra conservadores. Ele disse (sabe Deus com que lógica) que a culpa era dos políticos que se infiltraram no setor privado das mídias sociais.

Depois, ao que parece, ele apagou o post. Pelo menos alguém deve ter alertado da estupidez de suas palavras. Ou foi o tico e o teco que não se entenderam. 

Incrível como libertarianos, mesmo sendo economistas, não conseguem ver o óbvio: setor privado vive em conluio com o poder público, que esse negócio de livre mercado não existe, e se existir é o caos. E hoje em dia ainda não ver que o alinhamento das mídias sociais com partidos e políticos esquerdistas é mais óbvio que o sol.

Estudem a vida dos maiores bilionários da história, em qualquer tempo, e vejam a relação deles com o Estado e a forma selvagem que agiram contra concorrentes, como apoio do Estado.

Em resumo, em termos de paraíso na terra. O marxismo diz que o capitalismo será destruído pela suas próprias contradições e os trabalhadores irão dominá-lo e ocorrerá o paraíso, por isso o capitalismo deve ser deixado sem restrições para rapidamente se autodestruir. O libertariano tende a entender que o paraíso é justamente em um capitalismo sem qualquer restrições (soltem as armas, as drogas e a prostituição, tudo tem preço e deve estar no mercado), se o cara é poderoso, e domina os outros, é porque ele mereceu, foi mais esperto. 

As duas ideologias pensam em políticos, empresários e trabalhadores como classes distintas de pessoas, quase como se fosse diferentes raças de seres humanos, que não se misturam. Há uma concepção metafísica idiota semelhante nas duas vertentes.

Aliás perguntem a um marxista e a um libertariano o que é liberdade. Eles terão respostas bem semelhantes, amorais e imorais.

O marxismo é escravidão nas mãos de uns imbecis corruptos que não sabem produzir nada. O capitalismo sem restrições é anarquia em que os mais poderosos vencem e não os trabalhadores, e esses poderosos escravizam os outros também. 

Onde está o paraíso? Em que ideologia econômica?

Esqueça isso. Tente com todas as forças não pecar. E reze muito.



3 comentários:

Adilson disse...

e aí, dr Pedro. Já está sabendo dessa notícia:
https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-01/papa-francisco-motu-proprio-acolitado-leitorado.html

Pedro Erik Carneiro disse...

Péssimo é ver, meu amigo, que já acontecia na prática.

Abraço

Horácio Ramalho disse...

Saudações Professor. Sobre os libertários, acho que um fato que eles não conseguem entender, é que eles têm como dado que todos, literalmente todos os "empresários" são bons, respeitam a concorrência e são pautados pelos princípios da qualidade e honestidade, utilizando-se apenas das melhores e mais justas práticas. Ou seja, eles seriam capazes de impor freios às paixões e ao desejo de lucro à todo custo. Mas aí eu pergunto, de onde viria este autocontrole, este obstáculo moral auto-imposto se aos poucos Deus é posto cada vez mais de lado? Me parece que os libertários não enxergam que nem todos gostam de concorrência, e se utilizam do auxílio do governo para eliminar os concorrentes e quando não conseguem, seduzem estes para fazerem parte do oligopólio, cartel, etc que controla grande parte da economia e da política. Só para ficar nos exemplos históricos: Crasso em Roma; Fugger, que auxiliou Carlos V a se tornar imperador; os bancos de Wall Street; e agora, as Big Techs do Vale do Silício.