segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Vazamento de Denúncia de Fraude Financeira em Grandes Bancos para Drogas, Terroistas e Mafiosos


Recentemente, eu publiquei artigo intitulado "Sandboxes para Fintechs: Risco e Soluções" (o artigo vai sair pela ABDE, eu dei uma entrevista sobre o assunto, cliquem aqui). No artigo, eu mostro uma lista histórica de fraudes financeiras feita tanto por bancos gigantes como por pequenos bancos. 

Hoje, um caríssimo amigo me alerta sobre vazamento enorme de fraudes financeiras envolvendo gigantescos conglomerados financeiros globais. Fraudes que envolvem financiamento ao terrorismo, ao cartel de drogas e outros grupos mafiosos.

As fraudes foram identificadas pela FinCen.FinCen é um instituição do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, especializada em crimes financeiros, algo como a Coaf no Brasil. A sigla FinCen quer dizer Financial Crime Enforcement Network. 

Diz parte do artigo publicado no site Zero Hedge 

Massivo Vazamento de Informações da FinCEN expõe como os maiores bancos ocidentais financiam cartéis de drogas, terroristas e mafiosos.

No que parece ser um dos maiores vazamentos de registros de bancos privados desde os Panama Papers, o Buzzfeed News publicou uma longa investigação sobre como os maiores bancos do mundo permitem dinheiro sujo de criminosos organizados, cartéis de drogas e grupos terroristas como a Al Qaeda e o Talibã fluir através de suas redes.

Os "Arquivos FinCEN" (FinCen Files), como o Buzzfeed os chama, oferecem "uma imagem nunca antes vista de corrupção e cumplicidade". Uma longa investigação do Buzzfeed e do International Consortium of Investigative Journalists - o mesmo grupo que cuidou dos vazamentos do Mossack Fonseca -

Em vez de combater o crime financeiro, o sistema atual de exigir que os bancos relatem todas as transações suspeitas ao FinCen simplesmente permite que a lavagem de dinheiro floresça, ao mesmo tempo que garante que qualquer fiscalização será do tipo 'whack-a-mole'.

Esses documentos, compilados por bancos, compartilhados com o governo, mas mantidos fora da vista do público, expõem o vazio das salvaguardas bancárias e a facilidade com que os criminosos as exploram. Lucros de guerras de drogas mortais, fortunas desviados de países em desenvolvimento e economias ganhas a duras penas roubadas em um esquema de Ponzi foram autorizados a fluir para dentro e para fora dessas instituições financeiras, apesar dos avisos dos próprios funcionários dos bancos.

Diz o Buzzfeed:

"A lavagem de dinheiro é um crime que possibilita outros crimes. Pode acelerar a desigualdade econômica, drenar fundos públicos, minar a democracia e desestabilizar as nações - e os bancos desempenham um papel fundamental. “Algumas dessas pessoas com aquelas camisas brancas engomadas em seus ternos elegantes estão se alimentando da tragédia de pessoas morrendo em todo o mundo”, disse Martin Woods, um ex-investigador de transações suspeitas do Wachovia.

As leis que visavam impedir o crime financeiro, em vez disso, permitiram que ele prosperasse. Contanto que um banco apresente uma notificação de que pode estar facilitando a atividade criminosa, ele praticamente se imuniza e a seus executivos contra processos criminais. O alerta de atividade suspeita efetivamente dá a eles um passe livre para continuar movimentando o dinheiro e cobrando as taxas.

A Financial Crimes Enforcement Network, ou FinCEN, é a agência do Departamento do Tesouro encarregada de combater a lavagem de dinheiro, o financiamento do terrorismo e outros crimes financeiros. Ele coleta milhões desses relatórios de atividades suspeitas, conhecidos como SARs. Ele os disponibiliza para as agências de aplicação da lei dos EUA e operações de inteligência financeira de outras nações. Ele até compila um relatório chamado “Kleptocracy Weekly”, que resume as negociações de líderes estrangeiros, como o presidente russo, Vladimir Putin.

O que não faz é forçar os bancos a encerrar a lavagem de dinheiro."

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E aqui vai parte do que diz o site da Reuters:

Documentos do 'FinCEN' supostamente mostram que bancos movimentaram fundos ilícitos - BuzzFeed, ICIJ

(Reuters) - Vários bancos globais movimentaram grandes somas de fundos supostamente ilícitos ao longo de um período de quase duas décadas, apesar das bandeiras vermelhas sobre as origens do dinheiro, BuzzFeed e outros meios de comunicação informaram no domingo, citando documentos confidenciais enviados por bancos ao governo dos EUA .

Os relatos da mídia foram baseados em relatórios de atividades suspeitas (SARs) vazados, apresentados por bancos e outras empresas financeiras junto à Rede de Execução de Crimes Financeiros (FinCen) do Departamento do Tesouro dos EUA.

Os SARs, que segundo os relatórios somam mais de 2.100, foram obtidos pelo BuzzFeed News e compartilhados com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) e outras organizações de mídia.

Ao todo, o ICIJ relatou que os arquivos continham informações sobre mais de US $ 2 trilhões em transações entre 1999 e 2017, sinalizadas por departamentos de conformidade internos de instituições financeiras como suspeitas. Os SARs em si não são necessariamente prova de irregularidades, e o ICIJ relatou que os documentos vazados eram uma pequena fração dos relatórios arquivados no FinCEN.

Cinco bancos globais apareceram com mais frequência nos documentos - HSBC Holdings Plc HSBA.L, JPMorgan Chase & Co JPM.N, Deutsche Bank AG DBKGn.DE, Standard Chartered Plc STAN.L e Bank of New York Mellon Corp BK.N. 

Os SARs fornecem informações essenciais para os esforços globais para impedir a lavagem de dinheiro e outros crimes. As reportagens da mídia no domingo pintaram um quadro de um sistema que tem poucos recursos e está sobrecarregado, permitindo que grandes quantidades de fundos ilícitos circulem pelo sistema bancário.

Um banco tem um máximo de 60 dias para informar SARs após a data de detecção inicial de uma transação reportável, de acordo com o Gabinete de Controladoria da Moeda do Departamento do Tesouro. O relatório do ICIJ disse que em alguns casos os bancos só relataram transações suspeitas anos depois de processá-las.

Os SARs também mostraram que os bancos frequentemente transferiam fundos para empresas registradas em paraísos offshore, como as Ilhas Virgens Britânicas, e não conheciam o dono final da conta, disse o relatório. Funcionários de grandes bancos costumam usar as buscas do Google para descobrir quem está por trás de grandes transações.

Entre os tipos de transações destacadas pelo relatório: fundos processados pelo JPMorgan para indivíduos e empresas potencialmente corruptos na Venezuela, Ucrânia e Malásia; dinheiro de um esquema Ponzi passando pelo HSBC; e dinheiro vinculado a um bilionário ucraniano processado pelo Deutsche Bank.

A FinCen disse em um comunicado em seu site em 1º de setembro que estava ciente de que vários meios de comunicação pretendiam publicar uma série de artigos baseados em SARs divulgados ilegalmente, bem como outros documentos, e disse que a “divulgação não autorizada de SARs é um crime que pode afetar a segurança nacional dos Estados Unidos. ”

Representantes do Tesouro dos EUA não quiseram comentar além da declaração da FinCen.


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Tem um caso que envolve o Brasil (grupo Schahin), que foi apontado no mesmo FinCen Files. Leiam clicando aqui

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Sei que vão dizer: ""a quem isso interessa? O mundo está em forte crise econômica, vocês querem uma crise financeira? Não mexam com esses bancos. Eles são "too big to fail"".

Daí, deixam os bancos financiar diversos crimes pelo mundo. Eles sabem que não mexem com eles.


Um comentário:

Isac disse...

AQUI ESTÁ A DURA RELIDADE DESSES SANGUESSUGAS!
“Algumas dessas pessoas com aquelas camisas brancas engomadas em seus ternos elegantes estão se alimentando da tragédia de pessoas morrendo em todo o mundo”, disse Martin Woods, um ex-investigador de transações suspeitas do Wachovia.
Compartilhar da miserabilização e morte dos pobres - quantas desgraças do lado de lá à espera desses mafiosos para acerto de contas!