quarta-feira, 19 de agosto de 2020

12 Pessoas Têm Mais Riqueza que PIBs de Vários Países.

Um amigo que trabalhava comigo no Ministério da Economia costumava me chamar de comunista toda vez que eu denunciava o poder privado sobre decisões estatais, hehehe. Ele estava brincando comigo pois sabia que eu detestava esquerdismo, comunismo, socialismo e afins. 

Mas a brincadeira dele me lembra aqueles que acham que Chesterton e Belloc eram comunistas por denunciar as muitas mazelas realizadas em nome do "capitalismo".

Leio hoje no site Zero Hedge que doze pessoas detém mais riqueza que PIBs de vários países, o exemplo que eles dão é que essas 12 pessoas são mais ricas que os PIBs de Bélgica e Áustria combinados. Esses 12 têm mais da metade do PIB brasileiro. 

Isso quer dizer que eles podem ter seus próprios países ou dominar vários e também milhões de pessoas, com o uso da riqueza deles. Eles vão tentar impor suas ideias ou ideologias nos países ou em políticos? Certamente eles financiam muitos. A riqueza não costuma ser uma boa orientadora para ideologias, como mostrei recentemente para o caso de Lewis Hamilton

Em um livro que escrevi sobre comércio exterior, chamado Persspectiva do Comércio Exterior do Brasil em um Mundo Caótico, eu relatei a análise do banco Credit Suisse sobre a disparidade de renda no mundo. Muita gente acha que o mundo está ficando menos desigual, o Credit Suisse claramente mostrou o contrário, a disparidade de renda só aumenta.

Esse gigantesco poder em pouquíssimas mãos privadas é uma coisa boa para a humanidade? Melhor do que nas mãos do Estado? Vai depender do que sai do coração deles. Em geral, um Estado é bem mais controlado, pela mídia, pela democracia, e mesmo assim faz muita m.

Esses ricaços usaram apenas o tal "livre mercado" para acumular tamanha riqueza? Ou agiram justamente contra esse "livre mercado", sendo financiados pelo Estado e destruindo concorrentes?

Se é ruim o poder concentrado nas mãos de poucas pessoas, como devemos controlar essa enorme acumulação de riqueza? Quem deve fazer isso? Essas são perguntas muito difíceis de serem respondidas. Este foi um problema claramente identificado pelo Distributismo. 

O Cristianismo se preocupa com isso? Basicamente não. Está mais preocupado com o indivíduo, não existe esse negócio de "humanidade" no Cristianismo. Existe apenas o ser humano, com seus pecados , angústias e santidade. Mas, como falo na seção sobre pobres e ricos e a Bíblia, no meu livro Ética Católica para Economia, a Bíblia não ataca a riqueza, mas reconhece claramente como a riqueza facilita o maligno, pois acelera o pior pecado, o orgulho.

Esses são os 12 homens mais ricos dos Estados Unidos e suas rendas:

  • Jeff Bezos—$189.5 billion
  • Bill Gates—$114.1 billion
  • Mark Zuckerberg—$95.5 billion
  • Warren Buffett—$80.6 billion
  • Elon Musk—$73.1 billion
  • Steve Ballmer—$71.5 billion
  • Larry Ellison—$70.9 billion
  • Larry Page—$67.4 billion
  • Sergey Brin—$65.6 billion
  • Alice Walton—$62.6 billion
  • Jim Walton—$62.3 billion
  • Rob Walton—$62.03 billion



4 comentários:

Isac disse...

Quanto valerão essas quantias fabulosas á hora da morte e no juízo post mortem, hem?

Ricardo Lima disse...

Em minha visão, o problema de se ter tanto dinheiro é que a pessoa que o possui pode se esquecer de que o dinheiro é (ou deveria ser) tão somente uma ferramenta, através da qual o ser humano poderia comprar o que lhe fosse necessário (até mesmo algumas extravagâncias), além de ajudar aos mais desvalidos (tanto materialmente, quanto espiritualmente).

Gabriel disse...

A solução pra isso não seria uma queda da globalização e mais soberania para os países? Por exemplo, se houvesseuma empresa como Amazon, Microsoft feita por brasileiros e ajudada pelo estado, então não faríamos nosso dinheiro para essas transnacionais. Quanto mais paises tivessem soberania e empresas próprias ao invés de ser invadidas por multinacionais, menos poder concentrado. Estou errado?

Pedro Erik Carneiro disse...

aro Gabriel, esse assunto é bem complexo. Você tocou em questões nevrálgicas.

Não são só gigantescas empresas e não são só casos internacionais. Se temos um supermercado na nossa rua, isso nos dá muita comodidade e muitas vezes preços menores (pois eles podem comprar no atacado) comparado a pequenas vendas de cada produto.

Então o supermercado elimina muitas vendas? Sim. Elimina. O que fazer então?

Essa é a grande questão do Distributismo. Iríamos precisar do apoio não só do Estado para incentivar os pequenos negócios mas também da população.

Talvez a solução seja mais profunda, evitar que grandes empresas eliminem de forma injusta os pequenos negócios (para isso precisamos de ótimo sistema judiciário) e incentivar o amor a Cristo dentro dos negócios também. Difícil.

Abraço,
Pedro Erik