terça-feira, 3 de agosto de 2021

A Revolução do Concílio Vaticano II Acabou

Li hoje dois artigos que usam o termo "revolução" para falar do Concílio Vaticano II e do Papa Francisco com seu Traditionis Custodes.

O uso do termo "revolução" para ações dentro da Igreja é muito relacionado no Brasil a Plínio Correa de Oliveira, ilustre pensador católico, que defendeu em livro e em atos as ações "contra-revolucionárias" para salvar os fiéis e a própria Igreja Católica.

O primeiro artigo é do excelente blog brasileiro Fratres in Unum, e se chama Revolutionis Custodes. Leiam o artigo clicando aqui. O artigo argumenta que o conceito de Tradição foi deturpado completamente após o Concílio Vaticano II.

O segundo artigo é de outro excelente site chamado New Liturgical Movement, escrito por Gregory Dippipo.  O título deste artigo é The Revolutionis Over (A Revolução Acabou). Trata da tentativa de revolução na Igreja Católica trazida pelo Concílio Vaticano II.

Eu vou traduzir aqui três parágrafos do texto que achei particularmente excepcionais:

"Como escrevi no mês passado em um artigo para a Crisis Magazine, Sacrosanctum Concilium, a constituição do Vaticano II sobre a sagrada liturgia, começa com uma declaração do que o Concílio esperava alcançar. “Este sagrado Concílio (…) deseja comunicar um vigor cada vez maior à vida cristã dos fiéis; adaptar aquelas instituições que estão sujeitas a mudanças mais adequadamente às necessidades de nosso tempo; fomentar tudo o que pode promover a união entre todos os que acreditam em Cristo; fortalecer tudo o que puder ajudar a chamar toda a humanidade para a família da Igreja”. Nada disso aconteceu. A vida cristã dos fiéis não se tornou mais vigorosa; suas instituições não se adaptaram mais adequadamente às necessidades de nossos tempos; a união não foi promovida entre todos os que acreditam em Cristo; o chamado de toda a humanidade para a casa da Igreja não foi fortalecido."

"Na esteira do fracasso, a Igreja Católica pós-conciliar se tornou uma sociedade pós-revolucionária, não menos do que a França em 1794, ou a Rússia em 1925. E quando uma revolução falha, quando "liberdade, igualdade e fraternidade" residem enterradas sob uma pirâmide de cabeças decepadas, quando o paraíso dos trabalhadores consiste em milhões de quilômetros quadrados de ferrugem e cadáveres, seus paladinos podem seguir por um de dois caminhos. O difícil caminho é reconhecer que a revolução não atingiu seus objetivos e trabalhar para reconstruir sua sociedade à luz desse reconhecimento. O caminho fácil é encontrar alguns "reacionários" e "contra-revolucionários" e culpar eles pelo fracasso da revolução."

"O sinal mais seguro de que uma revolução falhou e escolheu o caminho fácil é o medo do passado, o medo da memória de como era realmente a vida antes da revolução. E é por isso que, em meio a um maremoto de crises dentro da Igreja, um martelo foi lançado onde havia caído: não na Via Sinodal Alemã, ou nas várias instituições católicas que, para todos os efeitos e propósitos, abandonaram fé... martelo caiu, sim, sobre o pai e a mãe que nasceram pelo menos 20 anos depois da última vez em que um clérigo usou a palavra “aggiornamento” sem ironia, e sobre seus filhos, que são muito pequenos para se lembrar do papado de Bento XVI."

"...a revolução pós-conciliar é totalmente desinteressante para as novas gerações e, sabendo disso, os revolucionários ficam com medo mortal e recorrem a fazer pela força o que não podem fazer pela persuasão. Uma das coisas mais famosas que João Paulo II disse foi também uma das coisas mais simples que ele disse: “Não tenham medo!” Não sou santo, mas me atrevo a repetir as mesmas palavras: Não tenham medo. Uma revolução agonizante não é uma revolução morta; ela ainda pode atacar e causar dor, e provavelmente causará. Mas no próprio ato de fazê-lo, ela confessa que falhou e está morrendo. Não tenham medo. A revolução acabou."


3 comentários:

Isac disse...

O papa João XXIII teria enfraquecido o SISTEMA IMUNOLÓGICO DA IGREJA, facilitando que, doravante a Igreja não a ninguém mais condenaria, uma abertura ao inimigos internos e externos da Igreja que S Pio X manteve encabrestados e aquele liberou-os, culminando no sucessor segui-lo e lograr-se no "por alguma fresta, a fumaça de Satanás entrou na Igreja", do amargurado papa Paulo VI, que esperava uma primavera para a Igreja!
Porém, foi varrida por impetuosa tempestade, tudo saiu ao inverso do esperado com as aberturas ao ecumenismo, além de que ambos seriam suspeitos de vínculos com a maçonaria, já li relatos desse tipo!
O assunto é longo para detalhar no teclado!
Confira: dossiê João XXIII, um papa bom ou um bom papa - o ecumenista!
Infelizmente, retirado, assim como o dossiê D Hélder Câmara!

Marcelo Matteussi disse...

Pedro, você já leu sobre a interpretação do venerável Pe. Bartolomeu Holzhauser sobre as 7 igrejas do Apocalipse constituírem, em verdade, 7 tempos da Igreja até a volta de Cristo? A Igreja de Sardes, segundo estudiosos, seria o nosso tempo. Tempo das revoluções, começando com a revolução protestante, francesa, comunista e assim por diante, todas as gerarem uma igreja que pareceria viva, mas estaria morta (vale lembrar os "católicos de IBGE"). Receio que essa revolução só acabará realmente com o fim desta idade da Igreja, com a vinda da idade da igreja de Filadélfia, onde, estimo, teremos o triunfo do Imaculado Coração de Maria e o tempo de paz predito em Fátima. Não antes de que ainda haja muita dor e tribulação dentro e fora da Igreja. A revolução continua. Que Deus nos ajude e nos dê perseverança até o fim.

Pedro Erik Carneiro disse...

Interessante, Marcelo. Não, não conheço essa abordagem.

Rezemos mesmo. Que Deus nos fortaleça. Está ficando claramente cada dia mais difícil.

Abraço